Falando em Papua Nova Guiné na última sexta-feira, o presidente das Filipinas se recusou a reconhecer a autoridade do ICC, acrescentando que é uma mera "criação" da União Europeia (UE), com fome de espalhar sua "governança internacional".
"Então, por que eu me permitiria ser julgado por alguns seres humanos idiotas neste mundo?", provocou.
Duterte tem estado por muito tempo no radar de grupos de direitos humanos e do ICC por sua controvertida operação antidrogas, na qual 4.000 supostos traficantes de drogas foram mortos.
No entanto, um relatório apresentado ao ICC disse que o número de mortos é superior aos 8.000 cidadãos, fato que provocou uma investigação preliminar contra o presidente e funcionários de alto perfil das Filipinas por "crimes contra a humanidade".
Como de costume, Duterte não mediu as palavras.
"[Dizem que Duterte] é um monstro. Então, não estou incluído nos direitos humanos. Encontre um tribunal para os monstros", declarou a um público filipino, referindo-se às alegações do grupo de direitos humanos contra ele.
O presidente filipino usou repetidamente uma linguagem forte ao falar sobre a investigação do ICC e os juízes. Em outubro, ele disse que não havia como se curvar a ele e ameaçou "dar um tapa em todos vocês juízes".
Em outro alerta para seus críticos estrangeiros, o homem forte das Filipinas disse que eles podem acabar sendo "alvos humanos vivos" se eles se atreverem a vir ao seu país e trazer suas acusações.
Em março, Manila anunciou sua retirada do Estatuto de Roma, o tratado fundador do ICC. Duterte chegou a ameaçar prender a promotora do ICC, Fatou Bensouda, ressaltando que o órgão não tem autoridade sobre as Filipinas, uma vez que o país não é mais seu membro.