Falando com a Agência Reuters sobre Grenell, o veterano político alemão disse que as ações do embaixador sugerem que ele acredita que a Alemanha será ocupada pelos Estados Unidos.
"Não podemos aceitar ser tratados como um país ocupado. Quando vejo o comportamento do embaixador dos EUA na Alemanha, tenho a impressão de que ele se vê como um oficial de ocupação, em vez de um embaixador em um país soberano", afirmou Schroeder.
Grenell, que foi nomeado para seu trabalho atual em maio, causou grande agitação em Berlim. Alguns parlamentares pediram sua saída, sobre suas simpatias declaradas pelas forças políticas europeias de direita e uma abordagem vigorosa na promoção dos interesses das empresas americanas em meio a uma guerra comercial iminente com a União Europeia (UE).
Na entrevista, Schroeder pediu laços mais estreitos entre a Alemanha e a China, dizendo que isso ajudaria tanto a lutar contra as políticas nacionalistas do presidente estadunidense Donald Trump. Ele advertiu contra a demonização de Pequim e argumentou que os investidores chineses eram preferíveis para os europeus aos "gafanhotos" americanos — um termo usado por seu colega de partido Franz Muentefering para descrever empresas financeiras dos EUA.
"Os países que são afetados por conflitos provenientes dos Estados Unidos terão que se aproximar. Não podemos nos tornar parte de uma guerra comercial americana com a China", avaliou.
Schroeder, de 74 anos, defende há muito tempo o estabelecimento de laços mais estreitos com a Rússia e com a China. Enquanto estava no cargo, ele trabalhou para promover um projeto de gasoduto que fornecia gás russo para a Europa e, depois de se aposentar, tornou-se executivo sênior da Nord Stream AG, a empresa que gerencia o gasoduto agora.
Grenell foi rápido em atacar Schroeder, bem como atacar a Agência Reuters por espalhar o que ele supôs ser "a mensagem de Putin".