Xi fez o comentário após participar de agenda com o presidente das Filipinas Rodrigo Duterte e outros líderes da região. O mandatário chinês está em visita oficial nas Filipinas para aprofundar os laços com o país.
Com a presença em Manila, capital das Filipinas, Xi encerra um tour internacional de 3 países. Ele ofereceu empréstimos para projetos de infraestrutura e buscou disputar a influência regional com Washington.
"Continuaremos a gerenciar questões contenciosas e promover a cooperação marítima através de consultas amigáveis", disse Xi. Ele disse que a China tem o objetivo de estabelecer um "código de conduta" para o mar do Sul da China em até 3 anos, por meio do diálogo com a Associação de Nações do Sudeste Asiático.
Quatro membros do bloco de 10 nações (Brunei, Malásia, Filipinas e Vietnan), assim como China e Taiwan, têm reivindicações conflitantes para a região. Eles temem que a tensão pode evoluir para um conflito armado e prejudicar as crescentes economias locais.
"É uma cooperação para encontrar maneiras de encontrar uma solução," disse o secretário de Energia das Filipinas, Alfonso Cusi.
Pequim tem procurado um arranjo para as forças dos dois países coordenarem os seus movimentos navais e de aeronaves para evitar incidentes nas águas contestadas, mas a proposta tem encontrado oposição nos setores militares das Filipinas, informaram fontes à Associated Press.
Não houve menção ao pacto sobre o mar do Sul da China após as reuniões de terça-feira.
Os nacionalistas filipinos advertiram que qualquer acordo que pudesse prejudicar o país viola a Constituição local.
As relações de Pequim com Manila deterioram-se por disputas territoriais até Duterte ser eleito presidente em meados de 2016. O novo mandatário passou a criticar os Estados Unidos e reforçou os laços com a China. O antecessor do atual presidente filipino, Benigno Aquino III, levou as disputas territoriais com a China para uma corte de arbitragem internacional e ganhou — mas Pequim ignora a decisão.
Enquanto isso, as Filipinas aproveitam a potência econômica chinesa para conseguir empréstimos e elevar o comércio bilateral. Enquanto os governos ocidentais criticam duramente a brutal repressão de Duterte às drogas ilegais, a China permanece muda sobre o assunto. Tanto Xi quanto Duterte têm estado frequentemente na mira de grupos de direitos humanos.
"Ele [Xi Jinping] envia uma forte mensagem ao mundo que nossos dois países são parceiros na busca do desenvolvimento comum", afirmou Duterte.
A visita de Xi às Filipinas é a primeira de um presidente chinês em 13 anos.
Mais de 300 manifestantes protestaram contra a presença do mandatário chinês. "Tirem as mãos da nossa terra e mares", dizia um dos cartazes. Outro grupo de manifestantes mais tarde queimou bandeiras chinesas perto do palácio presidencial, onde Xi e Duterte se encontraram.
Duterte também afirmou que discutiu a participação das Filipinas no programa Um Cinturão, Uma Rota e que participará de um fórum internacional de empréstimos na China em 2019.
O ambicioso programa tem sido criticado pelos Estados Unidos por supostamente ser uma maneira de criar relações de dependência e comprometer a independência dos países. Xi nega que os empréstimos chineses possam levar a uma "armadilha de crédito".
"Continuaremos a voar e velejar sempre que a lei internacional permitir e os interesses nacionais exigirem. O assédio só fortalecerá nossa determinação, não mudaremos de rumo", afirmou o vice-presidente dos EUA Mike Pence na semana passada no Fórum de Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico. Xi Jinping estava na plateia.