Xi Jinping promete 'código de conduta' asiático para o mar do Sul da China

© REUTERS / Mark CristinoO presidente chinês, Xi Jinping, com o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, em Manila.
O presidente chinês, Xi Jinping, com o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, em Manila. - Sputnik Brasil
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O presidente chinês Xi Jinping disse nesta terça-feira (19) que as negociações entre Pequim e nações do sudeste asiático por um pacto de não agressão para impedir confrontos no mar do Sul da China poderia ser concluído em três anos e prometeu que as eventuais diferenças serão tratadas de forma pacífica.

Xi fez o comentário após participar de agenda com o presidente das Filipinas Rodrigo Duterte e outros líderes da região. O mandatário chinês está em visita oficial nas Filipinas para aprofundar os laços com o país.

Com a presença em Manila, capital das Filipinas, Xi encerra um tour internacional de 3 países. Ele ofereceu empréstimos para projetos de infraestrutura e buscou disputar a influência regional com Washington.

"Continuaremos a gerenciar questões contenciosas e promover a cooperação marítima através de consultas amigáveis", disse Xi. Ele disse que a China tem o objetivo de estabelecer um "código de conduta" para o mar do Sul da China em até 3 anos, por meio do diálogo com a Associação de Nações do Sudeste Asiático.

Quatro membros do bloco de 10 nações (Brunei, Malásia, Filipinas e Vietnan), assim como China e Taiwan, têm reivindicações conflitantes para a região. Eles temem que a tensão pode evoluir para um conflito armado e prejudicar as crescentes economias locais.

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Antes da visita de Xi, China e Filipinas tentaram negociar um acordo que permita a exploração conjunta de petróleo e gás nas águas disputadas, mas aparentemente não chegaram a um consenso. Eles assinaram um "memorando de entendimento sobre cooperação em desenvolvimento de petróleo e gás" na terça-feira, mas as autoridades forneceram poucos detalhes.

"É uma cooperação para encontrar maneiras de encontrar uma solução," disse o secretário de Energia das Filipinas, Alfonso Cusi.

Pequim tem procurado um arranjo para as forças dos dois países coordenarem os seus movimentos navais e de aeronaves para evitar incidentes nas águas contestadas, mas a proposta tem encontrado oposição nos setores militares das Filipinas, informaram fontes à Associated Press.

Não houve menção ao pacto sobre o mar do Sul da China após as reuniões de terça-feira.

Os nacionalistas filipinos advertiram que qualquer acordo que pudesse prejudicar o país viola a Constituição local.

As relações de Pequim com Manila deterioram-se por disputas territoriais até Duterte ser eleito presidente em meados de 2016. O novo mandatário passou a criticar os Estados Unidos e reforçou os laços com a China. O antecessor do atual presidente filipino, Benigno Aquino III, levou as disputas territoriais com a China para uma corte de arbitragem internacional e ganhou — mas Pequim ignora a decisão.

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Duterte até o momento não demandou que os chineses cumpram a decisão da corte de arbitragem e Pequim aproveitou para construir bases de lançamentos de mísseis nos recifes do mar do Sul da China.

Enquanto isso, as Filipinas aproveitam a potência econômica chinesa para conseguir empréstimos e elevar o comércio bilateral. Enquanto os governos ocidentais criticam duramente a brutal repressão de Duterte às drogas ilegais, a China permanece muda sobre o assunto. Tanto Xi quanto Duterte têm estado frequentemente na mira de grupos de direitos humanos.

"Ele [Xi Jinping] envia uma forte mensagem ao mundo que nossos dois países são parceiros na busca do desenvolvimento comum", afirmou Duterte.

A visita de Xi às Filipinas é a primeira de um presidente chinês em 13 anos.

Mais de 300 manifestantes protestaram contra a presença do mandatário chinês. "Tirem as mãos da nossa terra e mares", dizia um dos cartazes. Outro grupo de manifestantes mais tarde queimou bandeiras chinesas perto do palácio presidencial, onde Xi e Duterte se encontraram.

Duterte também afirmou que discutiu a participação das Filipinas no programa Um Cinturão, Uma Rota e que participará de um fórum internacional de empréstimos na China em 2019.

O ambicioso programa tem sido criticado pelos Estados Unidos por supostamente ser uma maneira de criar relações de dependência e comprometer a independência dos países. Xi nega que os empréstimos chineses possam levar a uma "armadilha de crédito".

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Além de suas disputas comerciais, China e os Estados Unidos mantêm litígio pelo mar do Sul da China. Enquanto Pequim afirma que Washington deve se abster do que afirma ser uma questão asiática, Washington afirma pretender manter sua presença na disputa região promovendo a liberdade de navegação e voo.

"Continuaremos a voar e velejar sempre que a lei internacional permitir e os interesses nacionais exigirem. O assédio só fortalecerá nossa determinação, não mudaremos de rumo", afirmou o vice-presidente dos EUA Mike Pence na semana passada no Fórum de Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico. Xi Jinping estava na plateia.

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