O artigo, intitulado "The Vulnerable World Hypothesis" (A hipótese do mundo vulnerável, em português), estuda a possibilidade de surgir uma tecnologia que transforme a nossa existência em um "mundo vulnerável" que "quase certamente seria devastado de maneira predeterminada". Essa tecnologia seria facilmente acessível e não estaria limitada por fatores como o custo ou a escassez dos materiais necessários para fabricá-la.
Segundo Bostrom, até agora a humanidade tirou da hipotética "urna de possíveis eventos" apenas bolas brancas (tecnologias benéficas à sociedade) e bolas cinzentas (como as armas nucleares).
"O que nós não extraímos, até agora, é uma bola preta, uma tecnologia que quase certamente ou por predefinição destrua a civilização que a inventa", argumentou Bostrom. "A razão [por que ainda não temos essa tecnologia] não é que tenhamos sido especialmente cuidadosos ou sábios em nossa política de tecnológica. Simplesmente tivemos sorte", disse o analista.
Embora possivelmente ainda não estejamos em um estado "vulnerável", o estudo sublinhou que, se uma tecnologia de "bola preta" surgir, seria muito difícil de controlar. Para evitar a desestabilização da civilização, ou para estabilizá-la de novo, o mundo teria que tomar medidas severas. Isso poderia supor o estabelecimento de "vigilância preventiva eficaz" ou "governança global efetiva", concluiu o autor.