Entretanto, o resgate do submarino não será uma tarefa fácil já que nunca na história uma embarcação foi resgatada a esse nível de profundidade, mesmo contando com tecnologia de última geração e dinheiro suficiente para uma operação tão complicada como essa.
O especialista em temas navais e licenciado em relações internacionais, Martin Pizzi, acredita que a humanidade possua duas fronteiras tecnológicas, sendo uma delas o espaço exterior e o outro as profundezas do mar.
Para ele, a notícia da descoberta do submarino é boa, mas ao mesmo tempo ruim, "porque estamos falando que foi encontrada uma embarcação que naufragou e, obviamente, não só com o custo da vida dos marinheiros perdidos, mas também toda essa situação que tem exposto uma série de carências operativas e tecnológicas das Forças Armadas da República Argentina".
"Foi encontrado a uma profundidade de 900 metros em uma zona de formações rochosas muito destacadas e irregulares, já não há quase luz solar e a pressão que exerce o mesmo peso da água sobre qualquer objeto que se encontre lá é elevado a uns 90 quilos por centímetro quadrado", declarou Pizzi à Sputnik Mundo, enfatizando que o local poderia ser explorado apenas por veículos não tripulados, além de outras tecnologias.
Um resgate como esse seria algo inédito, já que ninguém tentou realizar uma missão de resgate em uma profundidade tão ampla, porém, muitos acreditam que isso seja possível. O naufrágio do submarino expôs problemas tecnológicos e a falta de orçamento do Ministério da Defesa da Argentina, que estaria em uma situação crítica, segundo Pizzi.
O ARA San Juan, com 44 tripulantes a bordo, sumiu dos radares no dia 15 de novembro de 2017, durante uma patrulha rotineira no Atlântico Sul, perto da costa da Argentina.