Washington precisa rever a sua abordagem "relaxada" em relação à exportação de armas, que não é caracterizada por uma grande ponderação estratégica, reporta a revista The National Interest.
O presidente norte-americano Donald Trump está firmemente convencido de que o fornecimento de armas, aeronaves, mísseis, sistemas de defesa aérea e tecnologias militares norte-americanas ao exterior cria simultaneamente empregos no país e aumenta a influência política de Washington nos países que escolhem os produtos dos EUA.
Mas o que Trump considera um bom negócio, muitos europeus veem como um dos fatores que aumenta a instabilidade em zonas de conflito. Esta semana, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução não vinculativa que na prática acusa os Estados Unidos de violarem sistematicamente os acordos quanto aos usuários finais das armas e tornar o mundo mais perigoso, observa a revista.
Apesar de Bruxelas também ter repreendido a Bulgária e a Romênia por burlarem os procedimentos da UE ao exportarem armas, o bloco atribuiu a principal responsabilidade a Washington. O mais interessante é que o Parlamento Europeu apelou a decretar um embargo de venda de armas à Arábia Saudita.
Essa reprimenda dos aliados europeus a Washington é impressionante, mas compreensível. Basta lembrar a grande quantidade de equipamento militar norte-americano que caiu nas mãos de organizações terroristas durante as batalhas no Iraque e na Síria. O Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) tornou-se o principal beneficiário da "relaxada" abordagem norte-americana relativamente às exportações de armas, salienta a revista.
No entanto, os políticos europeus também precisam de restaurar a ordem em sua própria casa antes de criticar os Estados Unidos. Afinal, os países da União Europeia também são culpados da existência de muitas armas de fogo em zonas de conflito e mercados de armas no mundo árabe, concluiu a revista norte-americana.