"Nosso mercado pode substituir para os chineses aquilo que eles perdem nos EUA. Ou seja, uma parte dos artigos que se destinava ao mercado estadunidense pode chegar a nós, e isso é bom para a Rússia. Por sua vez, isso vai substituir as importações europeias", prognosticou o empresário ao falar com a Sputnik.
"É preciso analisar a estrutura das exportações norte-americanas para a China. Em geral, se trata de produtos agrícolas — milho, soja e seus derivados. Ao mesmo tempo, os EUA importam produtos de alta tecnologia, que, muitas vezes, as próprias corporações estadunidenses como a Apple produzem na China", explicou.
Em opinião de Boris Titov, a Rússia poderia vender à China mais produtos agrícolas, como soja, trigo, farinha, açúcar, óleo vegetal e outros, mas para isso é necessário levantar certas barreiras comerciais.
"Em qualquer caso, o nosso potencial é insuficiente para substituir completamente os EUA nesse mercado. Isto está relacionado com as tecnologias de cultivo de soja, que precisamos desenvolver", explicou.
A guerra comercial entre a China e os EUA começou depois que, em 6 de julho, as duas partes introduziram (com Washington tendo sido o primeiro a fazê-lo) taxas de importação de 25% relativamente a centenas de artigos diferentes. Já nos finais de setembro entraram em vigor novas taxas estadunidenses de 10% sobre os artigos chineses importados no valor total de 200 bilhões de dólares (766 bilhões de reais) por ano. Pequim, em resposta, introduziu taxas de 10% e 5% sobre as importações norte-americanas no valor de 60 bilhões de dólares (230 bilhões de reais).