Os caças de quinta geração russos Su-57 voltaram a ser foco de atenção após o lançamento de vídeos exclusivos da missão da aeronave na Síria. Em relação a isso, analistas de origem síria, Ghassan Kadi e Christopher Assad, compartilharam seus pontos de vista.
Manobras Su-57 na Síria
Segundo Kadi, as aeronaves, além de cumprirem missões, poderiam com sucesso "provocar o sistema de radar dos EUA na Síria" sem ser percebidos.
Já o observador político e escritor de origem síria, Christopher Assad, acredita que os caças furtivos russos tenham enviado de imediato uma forte mensagem a Israel.
"Eu considero isso uma mensagem para Israel mais do que para os EUA ou para qualquer um de seus parceiros da coalizão", opinou Assad, referindo-se tanto ao exercício quanto à divulgação das filmagens.
"Isso simplesmente significa que, junto com a cobertura dos S-300 e S-400 fornecida à Síria pela Rússia, Israel foi efetivamente impedido de realizar sua vontade e capacidade de atacar a Síria e o Líbano à vontade."
O analista ainda presume que, "consequentemente, os objetivos estratégicos de Israel de manter sua ocupação ilegal de vários territórios pela força militar estão agora em dúvida e foram colocados em xeque permanente".
Segundo Assad, "as perspectivas de uma paz permanente e abrangente entre a Síria e Israel aumentaram exponencialmente" devido ao envolvimento da Rússia na longa guerra civil de sete anos na República Árabe, bem como às ações coordenadas entre Moscou, Damasco e Teerã.
Ataque químico em Aleppo e questões de Idlib
Ao mesmo tempo, a agência de notícias SANA informou que, no dia 24 de novembro, rebeldes haviam disparado munições de gás de cloro em Aleppo, resultando em vários feridos, o que foi posteriormente confirmado pelo Ministério da Defesa russo.
Anteriormente, Damasco supostamente planejou uma ofensiva total contra Idlib, a última fortaleza terrorista na Síria. No entanto, após a feroz oposição de Ancara, o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, concordaram em estabelecer uma zona desmilitarizada.
"Quanto à batalha de Idlib, ela tem o potencial de colocar a Síria e a Rússia sob escrutínio e falsos relatos da mídia ocidental e acusações de 'crimes de guerra'", comentou Kadi.
Assad acredita que a próxima reunião entre Rússia, Turquia, Irã e oposição síria "resultará na privação dos grupos terroristas de exercer qualquer papel político dentro da Síria".
Hora dos americanos partirem da Síria
No entanto, a presença militar dos EUA na Síria ainda representa um desafio para Damasco e para a coalizão liderada pela Rússia. Essa questão foi comentada pelo coronel aposentado Douglas Macgregor, do Exército dos EUA, em seu artigo de 23 de novembro para o The National Interest, falando que é hora de Trump se retirar da Síria.
Na opinião de Kadi, "até mesmo a administração americana está ciente do fato de que sua presença na Síria é insustentável em longo prazo".
"Eles [americanos] podem muito bem querer se retirar e fazer isso o mais rápido possível, mas não tomarão essa decisão, antes que eles possam garantir um compromisso que garanta uma retirada simultânea da presença iraniana na Síria", explicou o analista.