Uma equipe de pesquisadores internacionais tornou pública sua última descoberta sobre a maior erupção na Antártida que ocorreu na era geológica do Holoceno, ou seja, durante os últimos 11,5 mil anos. Segundo revela seu estudo, citado pelo portal Phys.org, a catástrofe ocorreu há 3.980 anos, e não há 8.300 como se acreditava antes.
A pesquisa, de que também participaram especialistas do Instituto de Ciências da Terra Jaume Almera (Espanha), estabeleceu a data exata da poderosa erupção na ilha Decepção com a ajuda de técnicas de geoquímica, petrologia e paleolimnologia. Elas foram aplicadas aos núcleos de sedimentos de quatro lagos localizados na península de Byers, a 40 quilômetros ao norte da ilha.
Além da data exata, o estudo determinou que, quando a câmara de magma ficou esvaziada por causa da erupção, a parte superior do vulcão colapsou. Como resultado, se formou uma depressão com 8 a 10 quilômetros de diâmetro. Isso, por sua vez, determinou a forma peculiar da ilha, que lembra uma ferradura. Ao mesmo tempo, esse fato criou um "evento sísmico de grande magnitude", cujos vestígios foram detectados nos sedimentos desses lagos.
Todos os detalhes revelados no decurso da investigação fizeram com que os cientistas chegassem à conclusão de que esse terremoto provavelmente não foi comum, mas teria sido "causado pelo colapso da caldeira do vulcão na ilha Decepção".
Os cientistas compararam a potência daquela erupção com a do vulcão Tambora na Indonésia em 1815 — que causou uma queda da temperatura em todo o mundo — um evento conhecido como o ano sem verão de 1816.