Mais cedo, o presidente ucraniano Pyotr Poroshenko pediu à OTAN que envie seus navios de guerra para o mar de Azov para apoiar a Ucrânia após o incidente no estreito de Kerch.
A porta-voz da OTAN disse que "já existe muita OTAN no mar Negro" e que seus navios passaram 120 dias na área este ano, em comparação com 80 dias em 2017.
"Diversos aliados efetuam policiamento aéreo da OTAN na região, e os aliados também efetuam voos regulares de reconhecimento sobre o mar Negro. Temos também uma brigada multinacional liderada pela Romênia e baseada em Craiova […] Três membros da OTAN — Bulgária, Romênia e Turquia — são estados litorâneos, com suas próprias capacidades nacionais destacadas na região do mar Negro", acrescentou Lungescu.
De acordo com Peskov, a linha de fundo está nos "interesses políticos eleitorais e domésticos do presidente Poroshenko".
A declaração se seguiu à entrevista de Poroshenko ao tabloide alemão Bild, durante a qual ele disse que Kiev espera que a OTAN envie seus navios para a área do estreito de Kerch, onde três navios da Marinha ucraniana foram capturados pela Rússia após entrarem em águas territoriais russas em 25 de novembro.
"Você tem que pensar com muito cuidado sobre o posicionamento de forças perto da Rússia. Se enviarmos uma força significativa da OTAN para lá, isso será visto como uma ação agressiva — mas poderemos ter um número limitado de navios garantindo a liberdade de navegação."
Em 25 de novembro, três navios da Marinha ucraniana, Berdyansk, Nikopol e Yany Kapu, violaram os artigos 19 e 21 da Convenção da ONU sobre o direito marítimo ao cruzar a fronteira da Rússia. Os navios realizaram manobras perigosas durante várias horas sem reagir às exigências das embarcações russas que os acompanhavam.
Foi tomada a decisão de usar armas. Os navios ucranianos foram detidos. Durante o incidente, três militares ucranianos ficaram levemente feridos. Eles receberam assistência médica e não correm risco de vida. A Rússia abriu um processo criminal por violação da fronteira.