Guerra comercial entre EUA e China abre janela de oportunidades para Rússia

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Em seu discurso no fórum Russia Calling 2018, o presidente russo Vladimir Putin fez uma declaração histórica: a guerra comercial dos EUA com a China não apenas prejudica a economia global, mas também cria uma "janela de oportunidades" para o desenvolvimento da economia russa.

Lembrando a guerra de tarifas

Após a imposição de tarifas pelos EUA sobre os produtos chineses, a China respondeu com contramedidas semelhantes. Em setembro, os norte-americanos introduziram novas tarifas alfandegárias de 10%, no valor de US$ 200 bilhões (R$ 770,5 bilhões) sobre centenas de produtos chineses. A China replicou com taxas entre 5% e 10% sobre diversos bens de consumo dos Estados Unidos no valor de US$ 60 bilhões (R$ 231,1 bilhões). 

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A guerra de tarifas tem efeito colateral na área da energia

Além da introdução de tarifas e impostos, a China reduziu drasticamente as importações de combustíveis dos EUA e, em outubro, reduziu completamente a zero a importação de petróleo e gás natural liquefeito (GNL) norte-americanos, segundo dados da Administração Geral das Alfândegas da China. Ao mesmo tempo, o fornecimento de petróleo russo para os mercados chineses atingiu um patamar histórico.

Crise tarifária entre a China e os EUA significa mais oportunidades para a Rússia

A China importou mais de 3,5 milhões de toneladas de gás natural liquefeito dos EUA em 2017. Comparativamente, em 2018, as importações de GNL não chegaram a atingir 1 milhão de toneladas até agosto, frente a 2,1 milhões de toneladas no mesmo período de 2017. Ao mesmo tempo, Pequim aumentou as importações de gás em aproximadamente 17%, o que significa uma janela de oportunidade se abrindo para Moscou. 

Questões tecnológicas e logísticas 

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A Rússia só não consegue fornecer mais gás à China por questões tecnológicas: a exportação russa de gás é feita tradicionalmente por gasodutos, enquanto Pequim compra especialmente GNL. Até os gasodutos russos em direção ao oriente estarem prontos, os exportadores concorrentes continuam sendo os principais fornecedores de GNL aos mercados chineses: a Austrália, com 2,27 milhões de toneladas em outubro, o Qatar com 960 mil toneladas e a Malásia, com 496 mil toneladas. 

Estatal russa de petróleo visa crescimento conjunto com o país asiático

Na área do petróleo, em muito devido à cooperação tradicional entre as empresas russas e chinesas, a dinâmica é mais positiva. No mercado de fornecimento de petróleo à China, a Rússia e a Arábia Saudita ocupam as principais posições. 

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Segundo o diretor da estatal Rosneft, Igor Sechin, que discursou no fórum de energia russo-chinês em Pequim, a cooperação energética entre a Rússia e a China já alcançou um "nível sem precedentes". Somente em projetos já aprovados até 2035, o montante total de negócios entre a Rosneft e empresas chinesas excederá meio trilhão de dólares na taxa atual.

Esses volumes não se limitam exclusivamente ao fornecimento de combustíveis. Como exemplo, a Rosneft e a empresa chinesa Beijing Gas estão criando uma joint venture para desenvolver uma rede de estações de compressão de gás na Rússia. Com base nessa parceria serão construídas 170 estações na Rússia. A empresa russa também informou que, durante a visita de Igor Sechin, a Rosneft e a Corporação Nacional de Petróleo da China assinaram um memorando de cooperação científica e técnica. O principal objetivo é trabalhar em conjunto na prospecção e extração de petróleo e gás no Ártico e no Extremo Oriente e no desenvolvimento da Rota Marítima do Norte.

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