Morte de George Bush 'pai' marcará o fim da ordem internacional criada em 1991?

© AP Photo / Ron Edmonds41º presidente dos Estados Unidos, George H.W. Bush, fala com repórteres da Casa Branca depois de se reunir com os principais assessores militares para discutir a Guerra do Golfo Pérsico, em 11 de fevereiro de 1991 (imagem de arquivo)
41º presidente dos Estados Unidos, George H.W. Bush, fala com repórteres da Casa Branca depois de se reunir com os principais assessores militares para discutir a Guerra do Golfo Pérsico, em 11 de fevereiro de 1991 (imagem de arquivo) - Sputnik Brasil
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George H.W. Bush, o 41º presidente dos Estados Unidos, faleceu nesta sexta-feira (30) aos 94 anos de idade. Durante seu mandato, acompanhou o fim da Guerra Fria e aspirou a garantir o domínio americano em um mundo de mudanças.

Em uma carreira política de três décadas, Bush foi congressista do Texas, enviado dos EUA para a China e a ONU, assim como diretor da CIA e vice-presidente de Ronald Reagan (40º presidente americano).

Ele também dedicou grande parte de sua atenção à política externa e foi amplamente criticado por ter negligenciado as questões domésticas.

Guerra do Golfo em 1991

O 41º presidente americano passou por tempos turbulentos, como a queda do Muro de Berlim, as negociações do NAFTA e muitos outros, mas a Guerra do Golfo de 1991 é considerada a peça central de sua presidência e talvez sua maior conquista na política externa.

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A biografia do falecido presidente da Casa Branca classificou o conflito como seu "maior teste".

A Guerra do Golfo foi uma grande ofensiva liderada pelos EUA contra o Iraque e seu presidente Saddam Hussein em resposta à invasão iraquiana do Kuwait. A coalizão liderada pelos EUA, que incluía vários países árabes, enviou 670 mil soldados, dos quais 425 mil vieram do país norte-americano.

Eliminação do potencial nuclear de Saddam

George H.W. Bush anunciou que seu objetivo na guerra era expulsar as forças de Saddam Hussein do Kuwait, "eliminando" seu potencial nuclear e destruindo suas instalações de armas químicas, bem como a artilharia e os tanques. Apesar de ter conseguido isso, o líder não foi capaz de erradicá-los completamente.

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Seu filho, George W. Bush, alegou uma década depois que o governante iraquiano possuía armas químicas e estava desenvolvendo um programa nuclear — alegação que foi usada como principal pretexto para invadir o Iraque em 2003.

A guerra de 1991 levou os EUA a aumentarem sua influência e presença militar na região e a estabelecerem uma rede de bases militares em todo o golfo, fazendo com que o sentimento antiamericano na República Islâmica atingisse seu pico.

Nova Ordem Mundial

A Guerra do Golfo foi vista como o primeiro teste da nova ordem mundial que Bush proclamou em 1991.

"Teremos sucesso no golfo. E quando o fizermos, a comunidade mundial terá enviado um aviso duradouro a qualquer ditador ou déspota, presente ou futuro, que tencione levar a cabo uma agressão ilegal", disse ele em um discurso memorável.

Segundo o falecido presidente, uma nova ordem mundial significaria a segurança coletiva no quadro da cooperação internacional e o colapso dos princípios da era da Guerra Fria. Seu discurso ocorreu quase dez anos antes dos ataques de 11 de setembro, que marcaram um divisor de águas para os EUA e as relações internacionais.

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