O acordo em questão firmado por Donald Trump e Xi Jìnping prevê que os Estados Unidos não vão elevar de 10% para 25% as tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses na virada do ano, enquanto a China deverá aumentar a importação de produtos industriais, agrícolas e do setor de energia dos EUA.
Para o economista e consultor empresarial Roberto Dumas, professor do Ibmec-SP, o Brasil, obviamente, precisa aproveitar essa janela de oportunidades que se abriu com a guerra comercial entre Washington e Pequim, mas de maneira cautelosa. Segundo ele, enquanto o novo governo deve tentar costurar acordos com a China e se aproximar dos EUA, o empresário brasileiro, por sua vez, não deve fazer uma aposta muito alta em uma situação que pode não durar muito tempo.
"O problema aqui não é risco. O problema aqui é a incerteza absoluta, eu não sei para onde vai o barco", comentou ele em entrevista à Sputnik Brasil.
Dumas acredita que a nova administração no Palácio do Planalto deve procurar manter o máximo de neutralidade possível em meio às disputas entre esses dois gigantes da economia mundial, de maneira a manter os ganhos brasileiros.
Ainda de acordo com o especialista do Ibmec, independentemente das declarações polêmicas de Jair Bolsonaro sobre a China, não há como não destacar a importância primordial que os investimentos chineses têm para o Brasil atualmente. Ele acredita que os posicionamentos mais firmes contra Pequim por aqui foram uma espécie de "equívoco", que pode muito bem ser ajustado depois da posse.
"O único que está investindo no Brasil são os chineses. Eu não quero que eles venham? Veja. Tá, você não quer que eu vá, eu não vou. Não tem problema, eu tenho outros lugares para ir. Quem está com dinheiro são eles."