Cadáver de 5.000 anos revela mistério do primeiro caso de peste na Europa (FOTO)

© AP Photo / Amr NabilCrânios e ossos recentemente descobertos são vistos em uma oficina de mumificação que remonta a cerca de 2.500 anos em uma antiga necrópole perto das famosas pirâmides do Egito no cemitério de Saqqara, Giza, 14 de julho de 2018 (imagem referencial)
Crânios e ossos recentemente descobertos são vistos em uma oficina de mumificação que remonta a cerca de 2.500 anos em uma antiga necrópole perto das famosas pirâmides do Egito no cemitério de Saqqara, Giza, 14 de julho de 2018 (imagem referencial) - Sputnik Brasil
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Uma equipe de geneticistas suecos encontrou, em um cadáver de 5.000 anos, uma estirpe de bactéria que desencadeou a peste pela primeira vez na Europa.

A bactéria foi extraída do DNA dos dentes do corpo encontrado no sul da Suécia, pertencente a uma garota de 20 anos. O microrganismo encontrado foi o Yersinia Pestis, que foi responsável pela pandemia de peste no continente europeu na Idade da Pedra, segundo os pesquisadores.

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De acordo com o portal Live Science, os restos mortais encontrados na quinta-feira (6) possuem as mesmas variações genéticas que tornam a doença mortal nos tempos modernos.

No mesmo túmulo, foi encontrado outro cadáver, cujos restos também possuíam a bactéria. Os autores do achado acreditam que estão diante de indícios da primeira grande pandemia da humanidade.

Através de análises genéticas, após estudar o genoma de mais de mil cadáveres, foi determinado que o tipo de bactéria da peste que matou a mulher sueca surgiu há aproximadamente 5,7 mil anos.

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Os resultados do estudo revelaram que o vírus se espalhou pela Europa, desde o sudeste da Rússia até à Suécia, em um período muito curto de cerca de 600 anos.

O autor da pesquisa e biólogo argentino da Universidade de Aix-Marseille, Nicolás Rascován, afirmou que na época que ocorreu a pandemia não havia grandes migrações humanas que pudessem justificar a dispersão.

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"Exatamente na época em que vimos a praga se propagar, surgiram grandes inovações tecnológicas, como o transporte de rodas e tração animal, meios ideais para espalhar a doença a longas distâncias", explica Rascován.

Na época em que a jovem encontrada viveu, ou seja, há 5 mil anos, surgiram as primeiras cidades, onde os humanos e animais viviam juntos em condições precárias de higiene. Nesse tempo, ocorreu um acentuado declínio na população (entre 30% a 60%), semelhante ao que ocorreu na Idade Média com a Peste Negra. Devido a isso, várias cidades foram queimadas e abandonadas, marcado o fim da Idade da Pedra.

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