De acordo com informações publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo nesta terça-feira, tal indicativo poderia se configurar em uma "conta de passagem", na qual o real destinatário do valor creditado não é o seu titular. O uso de dinheiro em espécie reforça a suspeita.
A movimentação suspeita de Queiroz foi apontada em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo há quase duas semanas. O documento mostra movimentações suspeitas de R$ 1,2 milhão, com um cheque de R$ 24 mil tendo como destinatária Michelle Bolsonaro, mulher do presidente eleito.
Bolsonaro pai já declarou que o valor recebido por ela seria referente a uma dívida que Queiroz teria com ele. A breve explicação, porém, não foi suficiente para estancar a sangria aberta pelas suspeitas em torno do caso.
Segundo a Folha, Queiroz fez 176 saques em 2016, sendo que 50 deles foram de valores acima de R$ 2.000 e um acima de R$ 10 mil. E, coincidentemente ou não, o saque foi precedido de um depósito em espécie de valor em patamar semelhante.
O jornal sugere que o uso de dinheiro vivo em transações bancárias tem como objetivo ocultar quem envia e quem recebe os recursos. Uma das hipóteses já ventiladas é que Queiroz recebesse recursos de assessores de Flávio Bolsonaro – uma prática ilegal –, para financiamento de campanha e outros interesses do parlamentar.
O montante movimentado contrasta com a vida humilde que o ex-assessor leva em Taquara, bairro na zona oeste do Rio de Janeiro. O jornal O Globo revelou que Queiroz mora em uma casa simples, sem pintura externa, em um beco improvisado de fios emaranhados e canos aparentes.
Até o momento o ex-PM não prestou declarações públicas sobre o assunto, Já Flávio Bolsonaro diz ter ouvido explicações plausíveis de Queiroz, e que elas serão prestadas ao Ministério Público assim que ele for chamado para depor.