Segundo ele, em teoria, a política de Washington relativamente a Moscou deve se basear em dois princípios interligados: impedir ou reverter as ações da Rússia contra as quais existem objeções e, ao mesmo tempo, estabelecer contatos em busca de áreas de interesse mútuo.
Agora o mundo está começando a "voltar ao normal" em termos das leis gerais da história humana. Os EUA continuam sendo a principal potência militar e econômica, mas atualmente há países que adquiriram a força e os meios para combater o domínio norte-americano e defender seus próprios interesses, ressalta o artigo. Mas, segundo o editor da publicação, o establishment político dos Estados Unidos não tem a experiência nem a paciência necessárias para lidar com esses países.
Em particular, os EUA não entendem a diferença entre os termos "concorrente" e "inimigo", pois estão acostumados a colocar tudo junto, acreditando que qualquer fator de rivalidade é um sinal de hostilidade. Por causa disso há uma tensão cada vez maior nas relações com parceiros de longa data na Europa e na Ásia, enfatiza Gvosdev.
Os Estados Unidos precisam entender a diferença entre rivalidade e hostilidade nas relações com a Rússia. Se na década de 1990 os russos queriam se tornar parte do Ocidente, agora eles estão perseguindo sua própria política e se tornando concorrentes sérios para os norte-americanos, mas não inimigos.
Para lidar com a Rússia como um sério concorrente, há que entender como concorrer com ela, dado o tamanho de sua economia e capacidade militar.
Gvosdev acrescenta que a Rússia mostrou claramente que, a curto e médio prazo, terá forças e recursos suficientes para enfrentar os Estados Unidos, o que não pode ser ignorado. O país é um dos poucos no mundo capazes de demonstrar sua força além de suas fronteiras, sendo quase igual aos Estados Unidos em termos de população, complexo industrial-militar e riqueza de recursos. Mesmo que venha a enfrentar problemas de longo prazo, a Rússia continuará sendo uma força importante na arena internacional.
Mas não devemos esquecer que esses são caminhos completamente diversos e, na sua implementação, são necessárias diferentes abordagens com graus variáveis de recursos e riscos.
Gvosdev conclui que convém lembrar que a Rússia é uma potência nuclear.