O sistema Perimetr, conhecido no Ocidente como "Mão Morta", é um sistema automatizado de controle de uma resposta massiva a um golpe nuclear, elaborado na União Soviética como último recurso para se defender de um agressor.
A edição se lembra da entrevista de novembro do ex-chefe do Estado-Maior das Tropas de Mísseis Estratégicos russas, Viktor Esin, ao canal Zvezda.
Esin declarou que a Rússia naquele momento não tinha uma resposta eficaz aos mísseis norte-americanos de médio alcance na Europa, mas que a chamada arma apocalíptica segue funcionando e que seria usada quando o país tivesse poucos meios para se defender depois de um primeiro ataque do agressor. Ele destacou que a "Mão Morta" foi aperfeiçoada.
"Se a Rússia agora discute de modo aberto sobre o Perimetr, é razão para os outros começarem a se preocupar", escreveu o autor do artigo.
A edição chama a "Mão Morta" de uma arma fundada no medo de que os EUA lancem primeiro um ataque que decapite altos funcionários russos antes que eles consigam ordenar a resposta, bem como no medo de que o líder russo alegadamente possa não dar a ordem necessária, perdendo o autodomínio.
No final de outubro, o presidente Donald Trump advertiu que Washington estava considerando a retirada unilateral dos EUA do Tratado INF porque "a Rússia não observou o acordo", seja na forma ou no espírito. No entanto, o anúncio ainda não foi seguido por nenhuma medida concreta.
A Rússia tem sublinhado muitas vezes que observa rigorosamente as suas obrigações, tendo o chanceler Sergei Lavrov afirmado que Moscou tem, ela própria, sérias perguntas a fazer aos EUA quanto à sua observação do acordo.
O Tratado INF foi assinado em 1987 entre a União Soviética e os Estados Unidos. O tratado obriga as partes a destruir seus mísseis balísticos e de cruzeiro lançados do solo, com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros.