Segundo o canal NBC, a Administração republicana pode em breve apresentar oficialmente novos planos para melhorar sua posição na África, fortalecendo os laços com nações como o Quênia, Líbia, Somália e Mali, para contrabalançar a influência de outras potências no continente.
A Rússia também planeja abrir um centro logístico na Eritreia, que faz fronteira com Djibouti, uma área considerada estratégica para acesso a rotas marítimas de grande relevância internacional.
Para o cientista político Julio Burdman, por enquanto essa aproximação da Administração Trump só se observa no discurso. "No âmbito da concorrência geopolítica dos EUA com a China e a Rússia, a Casa Branca manifestou a necessidade de atualizar sua política para a África", sendo a "presença de empresas chinesas na África um processo consolidado de várias décadas".
Washington tem em mira os países onde "a diplomacia norte-americana estima que há Governos aliados e uma menor presença relativa de investimentos chineses", disse Burdman, adicionando que se deve "prestar atenção ao papel de Marrocos, um país importante na África e que tem o apoio político das monarquias árabes".
Na opinião de Blinder, "a África é uma zona rica em recursos naturais e um lugar onde você pode ganhar milhões de dólares", e é por isso que os EUA tentariam combater a influência do "gigante asiático". Para o analista, esse continente "desempenha um papel central, porque seu território é imenso e diverso, ideal para disputas de ordem econômica ou militar".
As chamadas guerras civis na África que ocorreram no passado podem voltar a se repetir com o apoio militar de outras potências, diz o especialista, ressaltando que não descarta um possível conflito entre os países mais influentes, que pode vir a eclodir devido a alguma causa africana.
Segundo Alpuente, no que se refere à ação política direta, a atual Administração não tem sido capaz de continuar o pequeno impulso que Obama tentou dar com a celebração do fórum de negócios sobre África. De fato, para Díaz, a única maneira de os fluxos de investimento retornarem à África seria "um surto de crise a nível europeu, como aconteceu com o euro em 2010".