Anteriormente, os chineses tentaram construir um acelerador de 50 quilômetros, entretanto, acabaram projetando um anel de 100 quilômetros.
O Colisor de Pósitrons Eletrônicos Circulares (CEPC) será constituído de três instalações localizadas em um túnel, além disso, em um anel circular serão aceleradas fases de partículas originadas em um acelerador linear. Com isso, os grupos de elétrons e pósitrons serão acumulados em seus respectivos anéis, reunindo-se em fases e colidindo.
O projeto terá dois momentos de interação de fases de elétrons e pósitrons, onde serão instalados detectores para registrar os processos físicos.
Para alcançar a luminosidade desejada, o feixe de partículas deve ser muito denso, mantendo-se e focando-se por meio de fortes campos magnéticos, porém, isso não é suficiente, ou seja, é necessário que as fases contrárias colidam com o ângulo e sejam apertadas em um lugar mais fino. Para isso, os chineses utilizaram a tecnologia "crab waist" ("cintura de caranguejo", em tradução livre), criada em conjunto por físicos russos e italianos.
Segundo Mikhail Zobov, um dos criadores da tecnologia e gerente de pesquisa tecnológica no Laboratório Nacional de Física Nuclear na Itália, o "crab waist" praticamente resolveu o principal problema da interação não linear das fases de partículas carregadas na colisão.
O especialista declarou à Sputnik que utilizou diversos trabalhos de pesquisadores soviéticos e russos como referência para desenvolver o projeto, entretanto, ele afirma que para descobrir todo o potencial é necessário resolver alguns problemas, além de obter soluções técnicas.
Os especialistas pretendem obter um milhão de nascimentos de bósons de Higgs em dez anos, além disso, eles afirmam que o projeto está otimizado para utilizar seu túnel de 100 quilômetros para abrigar o supercolisor de Próton-Próton a partir de 2040.
Entretanto, o projeto não agrada a todos, como é o caso do físico chinês Chen Ning Yang, ganhador do prêmio Nobel. O físico criticou o projeto devido ao seu alto custo.
Além disso, há aqueles que questionam a segurança do futuro da ciência, já que a construção do Grande Colisor de Hádrons (LHC) foi coberta por uma nuvem de incertezas quanto a altos níveis de radiação, à criação de buracos negros e a explosões supostamente capazes de destruir o planeta.
Segundo as estimativas, o acelerador chinês custará quase US$ 5 bilhões (R$ 19 bilhões) e sua construção está prevista para o período entre 2022 e 2030.