Pesquisadores, que analisaram um novo planeta "quente", publicaram resultados da pesquisa no jornal Astronomy & Astrophysics.
"É a primeira vez que um planeta tem sido observado a perder sua atmosfera tão rapidamente ao ponto de impactar sua evolução", afirmou o autor principal do estudo e pesquisador do Departamento de Astronomia da UNIGE, Vincent Bourrier, considerando que o planeta estudado, GJ 436b, já tenha perdido mais de um terço da sua massa.
"Até agora não estávamos seguros quanto ao papel executado pela evaporação de atmosferas na formação de desertos", afirmou o pesquisador, reforçando que a descoberta de diversos "Netunos quentes" à beira da idade desértica, ou seja, quando a perda da atmosfera está em processo, sustenta a ideia de que a versão mais quente desses planetas tem curta duração.
Ao observar "Netunos quentes" e estudar alteração nas caraterísticas deles, pesquisadores chegaram à conclusão de que todos os planetas parecidos, situados perto de estrelas, estão perdendo suas atmosferas.
Graças à descoberta do GJ 3470b na constelação de Câncer, eles perceberam que esses planetas perdem suas atmosferas muito mais rapidamente quando estão perto de suas estrelas, especialmente se elas forem parecidas com o nosso Sol em tamanho e energia emitida.
A atmosfera do planeta GJ 3470b está sendo evaporada a uma velocidade altíssima, ou seja, umas 15 toneladas de hidrogênio e de outros gases estão se dissipando ao espaço a cada segundo. Como resultado, o planeta perde aproximadamente de 10% a 16% de sua massa a cada bilhão de anos.
Se o processo de perda continuar, só sobrará seu núcleo rochoso, parecido com uma "super-Terra".
De acordo com Bourrier, as condições enfrentadas por "Netunos quentes" explicam por que é tão difícil encontrá-los, visto que não demora muito, em uma escala espacial, para que eles se transformem em pequenos planetas rochosos.