Chancelaria: Rússia não manterá obrigações quanto ao Tratado INF se EUA o abandonarem

© Sputnik / Denis AbramovNavio de mísseis pequeno da Marinha russa Grad Sviyazhsk lança um míssil de cruzeiro Kalibr durante treinamentos da Flotilha do Mar Cáspio (arquivo)
Navio de mísseis pequeno da Marinha russa Grad Sviyazhsk lança um míssil de cruzeiro Kalibr durante treinamentos da Flotilha do Mar Cáspio (arquivo) - Sputnik Brasil
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Moscou não manterá nenhumas obrigações quanto ao Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês), se os EUA o abandonarem, declarou o chefe do Departamento para a Não Proliferação e Controle de Armamentos da chancelaria russa, Vladimir Ermakov.

"Washington deve levar em consideração que, se os EUA abandonarem o Tratado INF, esse acordo deixará de estar em vigor e toda a responsabilidade pela destruição de um dos pilares de estabilidade estratégica será dos EUA", destacou.

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Nas suas palavras, é isso precisamente que Moscou tenta agora explicar a Washington e talvez "pelo menos isso faça com que a parte norte-americana avalie sensatamente a situação e não destrua o Tratado INF, que continua sendo um dos exemplos positivos de desarmamento nuclear e de mísseis".

Ao mesmo tempo, o diplomata indicou que os Estados Unidos elaboraram planos de sair do acordo em questão ainda no início dos anos 2000, imediatamente depois de Washington ter abandonado o Tratado sobre Mísseis Antibalísticos (ABM, na sigla em inglês).

"Nas últimas duas décadas, tentamos persuadi-los a não o fazer. Quando se acumularam bastantes violações sérias por parte dos norte-americanos, incompatíveis com o tratado, estes decidiram não assumir a responsabilidade pela destruição do INF, mas lançá-la sobre a Rússia", explicou.

Recentemente, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que os Estados Unidos suspenderiam a sua adesão ao Tratado INF em 60 dias, a menos que a Rússia retornasse ao cumprimento total do acordo. A Rússia negou repetidamente que tenha violado o tratado.

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Nessa conexão, o presidente russo, Vladimir Putin, disse aos repórteres que os Estados Unidos ainda não forneceram evidências para sustentar as alegações de que a Rússia estaria violando o Tratado INF. Putin afirmou ainda que, se os EUA quiserem desenvolver armas proibidas pelo acordo, a Rússia seguirá o seu exemplo.

O Tratado INF foi assinado em 1987 entre a União Soviética e os Estados Unidos. O acordo obriga as partes a destruir seus mísseis balísticos e de cruzeiro lançados do solo, com um alcance entre 500 e 5.500 quilômetros.

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