Falando à imprensa na capital do Azerbaijão, Baku, Lavrov disse que os promotores americanos estavam deliberadamente tentando quebrar Butina.
"Eu posso entender essa mulher, ela está sendo mantida nas mais duras condições, por muitos meses ela foi submetida a uma espécie de tortura: eles a faziam passear à noite, interrompendo o sono à força, colocando-a no confinamento em solitária e muitas outras coisas", comentou Lavrov.
O ministro russo afirmou ter razões "para acreditar que as condições que foram criadas para ela [Butina] são destinadas a quebrar sua vontade e fazê-la confessar algo que ela provavelmente não fez".
O tratamento desnecessariamente severo continuou até recentemente, na quinta-feira, depois do acordo judicial de Butina. Ela estava sendo mantida em condições "normalmente reservadas para criminosos reincidentes perigosos", complementou Lavrov.
Butina provavelmente fechou o acordo — confessando a menor das acusações contra ela, a fim de conseguir o descanso — para que ela possa voltar ao seu país o mais rápido possível, avaliou Lavrov. Desta forma, ela só enfrenta uma prisão de cinco anos e extradição para a Rússia. Lavrov prometeu a ajuda do Ministério de Relações Exteriores para facilitar seu retorno.
Butina, uma ativista dos direitos das armas que defende a criação de leis russas de armas de fogo mais parecidas com as americanas, foi pega no meio da caçada por "agentes russos" após a vitória presidencial de Donald Trump em 2016. Morando nos Estados Unidos com visto de estudante, foi presa em meados de julho e acusada de trabalhar secretamente para que o governo russo fizesse incursões com o Partido Republicano e a Associação Nacional do Rifle. Moscou rejeitou qualquer noção de conexão com ela.
Diplomatas russos têm mantido contato com Butina na prisão e disseram que suas condições são "levemente abaixo da tortura". Ela foi submetida a buscas indevidas e humilhantes, privação de sono e negação de cuidados médicos apropriados.