Essa zona costeira é conhecida por suas praias e grandes rochas, junto com outras paisagens naturais diversas. Esta peculiaridade do relevo permite encontrar com frequência fósseis de animais que habitaram a zona milhares ou até milhões de anos atrás, embora isso requeira ter "bom olho" para reconhecer os ossos pré-históricos.
A família Palavecino costuma ir regularmente pescar nesse lugar, cuja antiguidade se estima em cerca de 700.000 anos. Aproveitando a maré baixa, eles decidiram percorrer afloramentos de sedimento, que geralmente se encontram cobertos de água, segundo o jornal.
Desta forma, a família conseguiu descobrir vários fragmentos ósseos, inclusive um maxilar, tendo mostrado imediatamente o seu achado ao Museu Municipal Punta Hermengo de Miramar, onde os cientistas determinaram que os restos correspondem a um Scelidotherium, um gênero extinto de preguiça.
Esses animais eram "enormes preguiças com cerca de uma tonelada de peso" que possuíam "um crânio alargado e corpo robusto", a par de "grandes garras" que permitiam escavar "galerias e esconderijos debaixo da terra", como se fossem "toupeiras gigantescas". Fazendo essas grandes cavidades subterrâneas, esses animais modificaram significativamente a antiga paisagem bonaerense, detalhou Daniel Boh, investigador do Museu de Miramar.
Alguns das covas produzidas por esses animais pré-históricos se podem apreciar atualmente nos rochedos costeiros da zona, onde é possível reconhecer as marcas de garras de preguiças gigantes.
Essa espécie pôde ser estudada em detalhe graças à descoberta de esqueletos de vários exemplares e restos isolados em toda a zona, assim como a outra descoberta similar à da família Palavecino num lugar próximo, de uma fêmea adulta abraçando a sua pequena cria, explicou outro colaborador do museu, Mariano Magnussen.