Em uma entrevista ao canal CNBC durante o Fórum de Doha, no Qatar, o chanceler iraniano rejeitou as acusações de que o Irã é responsável pela instabilidade na região.
"Eu penso que as ações falam mais alto que as palavras; o que está acontecendo em nossa região, agora as pessoas estão testemunhando a fonte de instabilidade na região, seja no Iêmen, seja em qualquer outro lugar", afirmou o ministro.
O ministro se referiu à guerra civil de quatro anos no Iêmen, que a ONU considerou como a "pior crise humanitária do mundo". A Arábia Saudita culpou os rebeldes houthis iemenitas pela crise, acusando-os de receberem apoio de Teerã, enquanto o Irã acusou a Arábia Saudita de liderar a campanha de bombardeamentos que levou a milhares de mortes.
Zarif reiterou que o Irã nunca forneceu armas aos houthis e sublinhou que a Arábia Saudita está interessada em aumentar as tensões na região, lembrando os exemplos do bloqueio do Qatar e a operação militar no Iêmen como provas disso.
"Não importa se foi esta administração que o negociou [o acordo nuclear] ou se foi a administração anterior. Foi o governo dos EUA que o negociou, eles [os EUA] o violaram e não podem nos acusar disso", acrescentou Zarif.
Em maio passado, Donald Trump anunciou a retirada de seu país do acordo nuclear com o Irã, formalmente conhecido como Plano Conjunto de Ação Integral (JCPOA). Washington também ordenou que as sanções contra Teerã fossem restabelecidas "ao máximo".