"A política externa dos EUA se baseia em quatro tradições ideológicas: Jeffersonismo, Hamiltonismo, Jacksonismo e Wilsonismo. Seu princípio fundamental é o uso de padrões duplos para o agrado de interesses nacionais, intervencionismo e isolacionismo. Trump segue o princípio de isolacionismo", disse o especialista iraniano à Sputnik Persa.
"Para Trump essa estratégia é muito importante, especialmente perante as futuras eleições presidenciais", afirmou Rezahah, adicionando que o "desafio principal durante essas eleições será a questão econômica", sendo lógico que Trump reduza a presença do contingente militar americano, cortando os gastos para melhorar o orçamento e economia do país.
"Por outro lado, há a opinião de que, na verdade, os norte-americanos apenas estão se deslocando no Curdistão iraquiano da Síria. E isso sugere que os americanos querem se reforçar ainda mais no Iraque por causa do medo e ‘ameaça' da influência da República Islâmica do Irã neste país", ressalta o especialista.
Entretanto, ele sublinha que os "presidentes dos EUA geralmente se esforçam para cumprir as suas promessas eleitorais". Dado que Trump insistiu pela retirada de tropas da Síria, por isso, não se deve duvidar que isso aconteça em breve. "A bússola da política externa norte-americana [da presença e intervenção] está se movendo do Oriente Médio para mais adiante — ao Extremo Oriente", destacou.
O especialista pressupôs que foi concluído um acordo trilateral (entre Turquia e EUA, e EUA e Rússia), necessário para resolver a questão curda, especialmente perante as duras críticas do presidente turco, do apoio pelos EUA a agrupamentos militares curdos. Por isso, segundo ele, a decisão de Trump sobre a retirada das forças da Síria será realizada em breve.
"Se comparar com o Afeganistão, aqui há suas peculiaridades. Cedo ou tarde, os norte-americanos reduzirão o seu contingente militar no Afeganistão. Os EUA não querem se atolar ainda mais no conflito militar desse país sem se tornarem vencedores. Porém, a situação é tal que nem os americanos e nem as autoridades do Afeganistão não podem combater os talibãs, mas eles, por sua vez, não têm poder militar suficiente para chegar e tomar Cabul à força, e então criar seu próprio Emirado Islâmico do Afeganistão", disse Mollazehi.
Segundo o analista, a situação está em um impasse, mas ao contrário da Síria, no Afeganistão os EUA têm bases e estruturas inteiras que eles não desistiriam sob nenhuma circunstância. "Portanto, não se deve esperar uma retirada completa das tropas do Afeganistão, ao contrário da Síria: o número de contingentes militares só pode diminuir."
Os EUA precisam da presença no Afeganistão não por causa da situação no país, mas para reforçar suas posições contra os adversários e concorrentes, tais como Rússia, China e Irã, bem como para controlar a situação na região, concluiu o cientista político.