Direita ataca Maduro para que grandes corporações cheguem ao poder, declara legislador

© REUTERS / Marco BelloNicolás Maduro, presidente da Venezuela, 12 de dezembro de 2018
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, 12 de dezembro de 2018 - Sputnik Brasil
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Segundo o vice-presidente encarregado dos assuntos econômicos do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Jesús Faría, a direita ataca o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para restabelecer um sistema político liderado pelas grandes corporações.

"A direita atenta contra um governo que os tirou do poder e tenciona, de qualquer maneira, restabelecer um sistema político onde aqueles que exercem o poder são as mesmas grandes corporações que no passado não somente obtiveram as rendas petrolíferas, mas também estabeleceram as regras para o funcionamento da economia em função de seus interesses", disse o legislador à Sputnik.

A Venezuela é um país importador de bens de consumo, e isso exige moeda estrangeira que, na maior parte, vem da indústria petrolífera, e nessa dependência do dólar, ressalta Faría, reside o "calcanhar de Aquiles" do governo.

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Um grande controle cambial entrou em vigor no país latino-americano desde 2003, sendo todas as transações feitas pelo governo. Isso acabou aumentando o mercado de câmbios ilegal, que entre agosto e novembro atingiu 268%, segundo o último relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).

Pelo fato de a economia ser influenciada pelo preço da moeda norte-americana, "quando os preços sobem, o valor da moeda [local, o bolívar] se desvaloriza", segundo o analista. "Perante isso, temos a obrigação de parar o aumento dos preços para que o bolívar recupere a confiança e possa ser utilizado de maneira muito mais segura, como meio de pagamento."

O constituinte explicou que os mais afetados são os pequenos e médios comerciantes, enquanto "os agentes econômicos muito poderosos aproveitam essa situação para obter lucros gigantescos e, ao mesmo tempo, desestabilizar a economia".

Sob esse cenário, junto com as sanções dos EUA e seu "assédio financeiro", afirma Faria, o governo venezuelano conseguiu criar um instrumento para enfrentar o que chama de "guerra econômica".

"Pela primeira vez em quatro anos, temos uma plataforma sólida para poder enfrentar a guerra econômica e suas consequências, que é uma profunda crise em nossa economia, com impacto social devastador", acrescentou.

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) indicou que a Venezuela entrou em hiperinflação no final de 2017, e estima-se que fechará 2018 com 1.370.000%. Essa inflação altíssima é um dos principais desafios que o governo enfrentará em 2019.

"Nosso grande desafio é que as políticas, como foram concebidas, se desenvolvam plenamente a partir do próximo ano, e que seja o primeiro ano de estabilização e o segundo de crescimento", afirmou.

O especialista salienta que não importa o quão eficiente seja o programa de Maduro para recuperação da economia, a estabilização financeira não ocorrerá automaticamente, pois há um conjunto de fatores que podem atrapalhar sua prosperidade.

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