"Posso dizer que a questão não é quem, a quem, quando, sobre o que e quanto foi avisado. Mas a questão é será ou não cumprida a decisão [de saída]. Tenho sérias dúvidas a esse respeito”, afirmou ele em entrevista à Sputnik, comentando a declaração do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a retirada das tropas estadunidenses da Síria.
"Para mim, levando em conta todas as circunstâncias, o cumprimento da decisão [dos EUA de retirar tropas da Síria], pelo menos será adiado. Pelo menos. Porque em meio aos sucessos reais atingidos pelas Forças Armadas da República Árabe da Síria com o apoio da Força Aeroespacial da Rússia em solo, em meio ao progresso que os países garantidores – nós [a Rússia] com o Irã e a Turquia – promoveram através do processo de Astana e de Sochi, em meio a tudo isso, dar um basta à presença militar ilegal, que foi realizada no território do Estado soberano sem autorização do Conselho da Segurança da ONU e sem o convite, violando as normas da lei internacional, contradiz a logica norte-americana", explicou o diplomata.
Ao mesmo templo, o diplomata sublinhou mais uma vez que "julgar e dar avaliação, especialmente em direção aos EUA, nós podemos e devemos somente por ações concretas, ou seja, é preciso ver como isso [a retirada das tropas] será realizado".
Quanto à troca de informações sobre a situação na Síria entre os EUA e a Rússia, o diplomata acredita que o diálogo vai continuar.
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou, na quarta-feira (19) vitória sobre o Daesh na Síria, observando que esta era a única razão da permanência das tropas norte-americanas no país árabe. Mais tarde, Sarah Sanders, secretária de imprensa da Casa Branca, informou que os EUA iniciaram a retirada das tropas da Síria, mas a vitória sobre o Daesh não significa o fim da coalizão. Como um sinal de protesto, o secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, renunciou à chefia do Pentágono. Além disso, a decisão de Trump foi criticada por vários políticos ocidentais e aliados dos EUA na coalizão.