Ex-presidentes egípcios se enfrentam no tribunal em caso sobre fuga da Irmandade Muçulmana

© AP Photo / Ahmed Abdel FattahEx-presidente do Egito Hosni Mubarak chega para testemunhar na Academia Nacional de Polícia do Cairo, Egito
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O ex-presidente do Egito, Hosni Mubarak, deposto após protestos em massa durante a Primavera Árabe em 2011, testemunhou em um tribunal do Cairo na quarta-feira contra o presidente que o substituiu, Mohamed Morsi.

O testemunho de Mubarak foi solicitado no novo julgamento de um caso envolvendo alegações de que Morsi ajudou a orquestrar fugas nas prisões durante a revolta em massa com a ajuda da Irmandade Muçulmana. Os promotores alegam que membros do Hamas, que governa a Faixa de Gaza, e membros do Hezbollah, que ocupam vários cargos no Líbano, também ajudaram os prisioneiros.

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Morsi foi firme apoiador da Irmandade Muçulmana ao longo de sua carreira política. Ele concorreu ao Parlamento como independente em 2000 porque o grupo foi proibido de lançar candidatos. O ex-presidente foi preso em 2011 ao lado de outros 24 membros da Irmandade Muçulmana, mas escapou depois de passar dois dias encarcerado. No ano seguinte, foi eleito presidente do partido Liberdade e Justiça, um grupo com fortes ligações com a Irmandade.

Na época, analistas ocidentais saudaram Morsi como o "primeiro presidente democraticamente eleito" do Egito, mas seu governo durou apenas pouco mais de um ano. Em junho de 2013, protestos contra Morsi varreram o país e os militares deram aos partidos políticos no país três dias para atender às demandas dos manifestantes que pediam a saída do poder de Morsi. Morsi se recusou e os militares, liderados pelo então chefe do exército Abdel Fattah el-Sisi, tomaram o poder. El-Sisi permanece no comando desde então.

Morsi foi acusado posteriormente de incitar o massacre de manifestantes fora do palácio presidencial em 2012, de fugir da prisão em 2011, de praticar espionagem entre outros crimes. Ele foi condenado à morte em 2015. O principal tribunal de apelações do Egito, porém,  anulou o veredicto, ordenando um novo julgamento no qual Mubarak testemunhou.

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Mubarak, que foi fortemente apoiado pelos Estados Unidos durante seus 30 anos no poder, recusou-se a responder à maioria das perguntas do juiz, argumentando que se ele falasse "abriria muitos assuntos dos quais sou impedido de discutir sem permissão". Ele solicitou que o juiz requisitasse a permissão do atual presidente, el-Sisi antes de falar.

No início de dezembro, Mubarak era esperado no tribunal, mas não apareceu. Seu advogado, Farid al-Deeb, disse ao tribunal que, como membro das forças armadas, Mubarak também precisava obter permissão dos superiores militares antes de testemunhar.

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