Segundo o modelo cosmogônico predominante na comunidade científica — a teoria do Big Bang — nosso Universo se encontrava inicialmente em estado de densidade e temperatura extremamente altas antes de começar a se expandir em tempo e espaço.
A pesquisa revela que o deslocamento de luz, provenientes de galáxias distantes, é uma evidência da expansão do Universo, que necessariamente deveria ser menor para depois se expandir, de acordo com o astrônomo belga Georges Lemaitre.
O prestigiado físico teórico Albert Einstein propôs um dos modelos que explica a inexistência de matéria no espaço vazio, descrevendo a gravidade a partir de sua relação com a geometria inerente ao material que constitui o Universo.
Entretanto, as soluções para as equações da relatividade geral permanecem incompletas na escala infinitamente pequena da singularidade, segundo teoremas propostos por Hawking e pelo matemático britânico Roger Penrose.
Os autores do estudo em questão, Tim Koslowski, Flavio Mercati e David Sloan, publicado em março pela revista Physics Letters B, apresentaram um modelo diferente que reinterpreta o conceito existente de espaço em expansão, distinguindo o próprio espaço-tempo do "material" nele.
"Todos esses termos" da relatividade geral "que são problemáticos, resultam ser irrelevantes para resolver o comportamento das quantidades que determinam como o Universo é visto de dentro", afirmou Sloan, da Universidade de Oxford (Reino Unido).
Os pesquisadores acreditam que isso poderia ter profundas implicações na simetria da física de partículas, talvez até produzindo um universo baseado em antimatéria.
"Não apresentamos novos princípios e não modificamos a teoria da relatividade geral de Einstein — apenas a interpretação que é colocada sobre os objetos", disse Sloan, da Universidade de Oxford.