"Quando os historiadores estudam as primeiras décadas da assim chamada era depois da Guerra Fria, eles, provavelmente, olham surpreendidos para a política absurda e provocadora dos EUA e seus aliados da OTAN em relação à Rússia", escreveu o autor do artigo.
As numerosas ações mal pensadas do Ocidente levaram ao início da nova Guerra Fria, com tendências nos últimos tempos para virar uma guerra "quente", assinala.
Neste momento existe a possibilidade de evitar tal desenvolvimento dos acontecimentos, no entanto, o comportamento das elites norte-americanas depois do recente "incidente insignificante" no estreito de Kerch indica que não foram tiradas as conclusões necessárias dos seus erros. Ao contrário, parece que os americanos são prestes a reforçar a sua política dura contra Moscou, opina o especialista.
Além disso, o desejo de desafiar a Rússia tem apenas aumentado, o que é confirmado pela tensão de hoje relacionada ao incidente no estreito de Kerch, segundo Carpenter. "Neste caso, o Ocidente é retratado erroneamente como um jogador passivo, apenas reagindo às circunstâncias, como se as iniciativas da OTAN nunca tivessem sido provocadoras, pouco pensadas ou agressivas", afirma ele.
Porém, na realidade é mais justo dizer que são as ações de Moscou que representam uma resposta às iniciativas agressivas do Ocidente, ressalta.
De acordo com Carpenter, também é errado falar que a responsabilidade pelo agravamento das relações entre o Ocidente e o Leste é da Rússia por causa dos acontecimentos na Geórgia em 2008 e na Ucrânia em 2014, como dizem os norte-americanos. Os problemas começaram antes — o alargamento da OTAN e a indiferença perante os interesses russos nos Bálcãs deterioraram as relações amistosas, disse ele.
Os países da OTAN tratam Moscou como inimigo, e agora surge um perigo sério de que a Rússia possa se tornar mesmo um inimigo, conclui Carpenter.