Trump pretende retirar as tropas do Afeganistão, em um esforço para pôr fim a esta "guerra perdida", mas os EUA não devem ter ilusões sobre os possíveis resultados da retirada de suas tropas do país, disse a publicação.
A "apregoada" nova estratégia do governo Trump só fez aumentar um indicador: o número de bombas lançadas no Afeganistão, observa o jornal. Mesmo os defensores dessa guerra admitem que os Estados Unidos estão, na melhor das hipóteses, "em um beco sem saída". O general americano Joe Dunford, presidente do Joint Chiefs of Staff, disse que "não há qualquer solução militar" no Afeganistão, continua a publicação.
No caso da retirada completa das forças dos EUA, os aliados de Washington na OTAN farão o mesmo. A maioria destes países não ficou particularmente entusiasmada em participar de operações no Afeganistão, escreve o jornal The National Interest. Neste caso, o governo afegão será forçado a lutar sozinho, o que, de acordo com a publicação, "não vai acabar bem", já que as autoridades do país não sobreviverão sem os "generosos auxílio e aconselhamento ocidentais".
Os Estados Unidos estão gastando enormes quantias de dinheiro no Afeganistão, e ainda assim Washington está perdendo a guerra que vem sendo travada há 17 anos, afirma o autor.
Em sua opinião, existem outras maneiras de evitar que o Afeganistão se torne um refúgio potencial para os terroristas. Assim, se pode conseguir o apoio dos países vizinhos, mas isso exigirá compromissos com a Rússia e a China, acredita a revista.
No entanto, os Estados Unidos não devem ter nenhuma ilusão sobre o que vai acontecer após a retirada do exército americano do Afeganistão, argumenta o autor. Assim, o regime do líder pró-soviético do país, Mohammed Najibullah, que "ainda é carinhosamente lembrado por alguns afegãos", caiu menos de três anos após a retirada da URSS, lembra ele.
"Teremos sorte se nossos clientes afegãos conseguirem sobreviver por mais tempo", conclui The National Interest.