Chavarry, que entrou em choque com o presidente Martín Vizcarra desde sua nomeação em julho, foi imediatamente substituído por Zoraida Avalos, que assumirá o cargo por 60 dias antes da eleição de um novo procurador-geral.
"Declaro estado de emergência no Ministério Público, com o objetivo de recuperar a confiança dos cidadãos em nossa instituição", disse Avalos.
Entre suas prioridades estará "apoiar promotores especializados" que investigam os escândalos da Odebrecht, disse ela, acrescentando que assumiu o cargo "em circunstâncias difíceis e complexas".
Chavarry foi acusado de obstruir as investigações da Odebrecht contra políticos ao demitir dois procuradores-chave que investigavam o caso.
Ele foi forçado a reintegrá-los depois que as demissões provocaram protestos na capital Lima e outras cidades na semana passada.
Os protestos também foram motivados pelas supostas ligações de Chavarry a um círculo de corrupção judicial que veio à tona pouco depois de sua posse no cargo.
Vizcarra fez da luta contra a corrupção uma de suas principais prioridades desde que assumiu a presidência, em março de 2018, e pediu ao Parlamento para apoiar uma reforma de emergência da Procuradoria-Geral.
A Odebrecht do Brasil reconheceu ter distribuido mais de US$ 750 milhões em propinas em 12 países da América Latina para garantir contratos de infraestrutura — US$ 29 milhões somente no Peru.
Os últimos quatro presidentes do Peru — Alejandro Toledo, Alan Garcia, Ollanta Humala e Pedro Pablo Kuczynski — foram ligados a pagamentos ilícitos da Odebrecht.
Todos os quatro estão sob investigação, enquanto Toledo, atualmente morando nos Estados Unidos, foi formalmente acusado de receber um suborno da Odebrecht no valor de US$ 20 milhões.