Procurador-Geral do Peru renuncia em meio a escândalo da Odebrecht

© REUTERS / Carlos Garcia RawlinsLogo da Odebrecht em obras em Caracas, Venezuela
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O procurador-geral do Peru, Pedro Chavarry, renunciou nesta terça-feira (8) em meio a denúncias de ter tentando impedir a investigação de corrupção envolvendo a gigante brasileira Odebrecht.

Chavarry, que entrou em choque com o presidente Martín Vizcarra desde sua nomeação em julho, foi imediatamente substituído por Zoraida Avalos, que assumirá o cargo por 60 dias antes da eleição de um novo procurador-geral.

"Declaro estado de emergência no Ministério Público, com o objetivo de recuperar a confiança dos cidadãos em nossa instituição", disse Avalos.

Entre suas prioridades estará "apoiar promotores especializados" que investigam os escândalos da Odebrecht, disse ela, acrescentando que assumiu o cargo "em circunstâncias difíceis e complexas".

Chavarry foi acusado de obstruir as investigações da Odebrecht contra políticos ao demitir dois procuradores-chave que investigavam o caso.

Ele foi forçado a reintegrá-los depois que as demissões provocaram protestos na capital Lima e outras cidades na semana passada.

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Mas os investigadores, em seguida, voltaram sua atenção para o próprio Chavarry por suspeitas de tráfico de influência e auxílio a organizações criminosas.

Os protestos também foram motivados pelas supostas ligações de Chavarry a um círculo de corrupção judicial que veio à tona pouco depois de sua posse no cargo.

Vizcarra fez da luta contra a corrupção uma de suas principais prioridades desde que assumiu a presidência, em março de 2018, e pediu ao Parlamento para apoiar uma reforma de emergência da Procuradoria-Geral.

A Odebrecht do Brasil reconheceu ter distribuido mais de US$ 750 milhões em propinas em 12 países da América Latina para garantir contratos de infraestrutura — US$ 29 milhões somente no Peru.

Os últimos quatro presidentes do Peru — Alejandro Toledo, Alan Garcia, Ollanta Humala e Pedro Pablo Kuczynski — foram ligados a pagamentos ilícitos da Odebrecht.

Todos os quatro estão sob investigação, enquanto Toledo, atualmente morando nos Estados Unidos, foi formalmente acusado de receber um suborno da Odebrecht no valor de US$ 20 milhões.

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