"O Brasil tem na União Europeia e no Reino Unido importantes parceiros comerciais. Essas parcerias deverão ser abaladas porque muito provavelmente cotas seriam impostas e acordos repensados", diz inhasz à Sputnik Brasil.
Hoje, o Brasil tem cotas para exportação de produtos para a União Europeia. As cifras e quantidades são definidas de acordo com o tamanho da população e do mercado do bloco europeu.
Com o "divórcio" entre Bruxelas e Londres, contudo, novas cotas provavelmente serão discutidas.
A professora do Insper acredita que o episódio pode afetar de maneira negativa a balança comercial brasileira. Para contornar a situação, ela diz que o Brasil pode buscar expandir seus parceiros comerciais ou encontrar novos mercados.
"Seria ideal se a discussão em torno disso [comércio] ficasse no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). Esse órgão tem todo o aparato para que a questão se esgote dentro dessa esfera, mas nada impede que tenhamos acordos mais políticos e discussões mais acirradas", afirma Inhasz.
De acordo com o Estadão, o Itamaraty busca negociar novas cotas com o Reino Unido e a União Europeia e deve obter uma resposta dos europeus até 17 de janeiro.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, enfrenta dificuldades para aprovar no Parlamento os termos do Brexit. A votação irá ocorrer no dia 15 de janeiro, mas tanto o próprio partido da premiê quanto a oposição fazem críticas ao acordo.