Cientistas da Agência Nacional de Inteligência Geoespacial (NGA), dos Estados Unidos, e do Centro Geográfico de Defesa (DGC), do Reino Unido, estão se preparando para atualizar no dia 15 de janeiro o Modelo Magnético Mundial (WMM, na sigla em inglês).
O WMM é uma grande representação do campo magnético da Terra e é nele que se baseia toda a navegação moderna, desde os sistemas que orientam os navios no mar até o Google Maps em smartphones. Mas agora se constatou que modelo atual é impreciso, informou o Nature Journal.
"O erro está aumentando o tempo todo", diz Arnaud Chulliat, geomagnetista da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA).
A razão de tal mudança está dentro da Terra, onde a agitação líquida no núcleo terrestre gera a maior parte do campo magnético.
Os fluxos tendem a mudar ao longo do tempo. Em 2016, parte do campo magnético acelerou profundamente sob o norte da América do Sul e no leste do oceano Pacífico.
No início de 2018, constatou-se que o modelo magnético era impreciso ao ponto de ocasionar erros de navegação. A situação piorou ainda mais devido ao pulso geomagnético de 2016 sob a América do Sul e ao movimento do polo magnético. Satélites como a missão Swarm da Agência Espacial Europeia acompanharam a mudança.
O polo norte magnético tem mudado constantemente do Ártico canadense para a Sibéria nos últimos tempos. A velocidade também aumentou nas últimas décadas, de cerca de 15 km anuais para cerca de 55 km.
A principal questão é o porquê de os campos magnéticos estarem se alterando tão drasticamente. As possíveis razões dos pulsos geomagnéticos são as ondas "hidromagnéticas" que surgem nas profundezas do núcleo da Terra e o fato de o movimento do polo magnético poder estar conectado a um jato de ferro líquido de alta velocidade abaixo do Canadá.
"A localização do polo magnético norte parece ser governada por duas grandes áreas de campo magnético, uma abaixo do Canadá e outra abaixo da Sibéria", disse Phil Livermore, geomagnetista da Universidade de Leeds.