"A definição mais adequada da democracia cristã moderna pode ser encontrada no Brasil, não na Europa", destacou Orban em declarações de uma entrevista coletiva citadas pela Agência Associated Press.
Presente na posse de Bolsonaro na semana passada, em Brasília, Orban destacou ainda que possui pontos de vista semelhantes aos do presidente do Brasil, o que "aproximou atores políticos com a mesma mentalidade, mesmo que eles vivam em continentes diferentes".
A bandeira que mais aproxima hoje Brasília de Budapeste envolve a política migratória – Bolsonaro e Orban compõem um grupo que é crítico de organismos e decisões multilaterais para lidar com imigrantes, preferindo que cada país decida como lidar com o tema.
Na mesma entrevista, o premiê húngaro reforçou que quer ver "forças anti-imigração" no comando de todas as instituições da União Europeia (UE), a alguns meses de uma importante eleição no Velho Continente: a do Parlamento Europeu, marcada para maio deste ano.
Orban se mostrou preocupado com a possibilidade da existência de duas civilizações na Europa, uma "que constrói seu futuro em uma coexistência mista islâmica e cristã", e outra na Europa Central que seria apenas cristã.
Ele prometeu trabalhar junto com os líderes de Itália e Polônia para a construção de uma "nova Europa" – ambos os países também são contrários ao acolhimento de imigrantes –, com Orban se referindo ao vice-primeiro-ministro italiano Matteo Salvini como "meu próprio herói".
Na mesma coletiva, Orban se recusou a falar sobre corrupção, a indicação de amigos para o governo e o enriquecimento de sua família. O primeiro-ministro também não abordou a falta de credenciamento para veículos de imprensa independentes do país para a entrevista.