Segundo a matéria, a saída do tratado pode ser fatal para Washington. Assim, Moscou não precisa incrementar seu potencial nuclear, contudo, o rompimento do tratado lhe permitirá posicionar novos mísseis de baseamento terrestre dotados de ogivas convencionais.
Porém, vários entenderam o potencial que uma arma convencional de alta precisão pode ter. Em conexão com isso, a edição recordou as palavras de Nikolai Ogarkov, então chefe de Estado-Maior das Forças Armadas da URSS, em 1984. Segundo ele, os mísseis de alta precisão com alcance acrescido poderiam aumentar drasticamente as capacidades destrutivas das armas convencionais, o que as aproximaria das nucleares em termos de eficácia.
Além disso, a Foreign Policy frisou que a OTAN utiliza um grande leque de mísseis de cruzeiro que também estão limitados pelo INF. A colocação deste tipo de arma em navios, submarinos e aviões militares foi uma forma de escapar ao tratado.
Por sua vez, para a Rússia a única maneira de responder à ameaça do Ocidente é o desenvolvimento de mísseis não nucleares de baseamento terrestre mais mortíferos. Segundo a edição, Moscou dispõe dessas tecnologias, enquanto a saída de Washington permitiria concretizá-las.
Nos últimos anos, Moscou e Washington têm se acusado mutuamente de violar o INF. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse em 4 de dezembro de 2018 que a Rússia tinha 60 dias para “retornar ao cumprimento” do INF. Ele acrescentou que, se isso não acontecer, Washington suspenderá suas obrigações previstas pelo tratado. Segundo os EUA, o país pode sair do tratado já em 2 de fevereiro.