Segundo o vice-chanceler, há 15 anos os EUA suspenderam unilateralmente o trabalho da comissão de controle especial do Tratado, declarando a relutância de continuar as discussões sobre as preocupações russas em relação à não violação do Tratado INF por Washington.
"Naquela época se tratava da produção e testes dos primeiros modelos de drones de ataque, que são abrangidos pela definição de míssil de cruzeiro de médio alcance de baseamento terrestre pelo Tratado INF", revelou o diplomata.
Além disso, segundo Ryabkov, Moscou colocou a questão da utilização pelo Pentágono dos chamados mísseis-alvo, que possuem características iguais aos mísseis balísticos terrestres de médio alcance, o que contradiz Tratado INF.
"No caso de mísseis-alvo, tínhamos e ainda temos razões para crer que, sob o pretexto dos testes antimísseis ou simultaneamente com eles, os EUA têm desenvolvido o potencial tecnológico dos mísseis balísticos de baseamento terrestre de curto e médio alcance, proibidos pelo Tratado INF", explicou o vice-chanceler.
Em 4 de dezembro o secretário de Estado dos EUA Mike Pompeo declarou que os EUA vão suspender suas obrigações no Tratado INF em 2 de fevereiro se a Rússia não apresentar provas de que está cumprindo o acordo.
Nos últimos tempos, Moscou e Washington têm se acusado regularmente de violar o Tratado INF. A Rússia declarou repetidas vezes que cumpre rigorosamente todas as obrigações dos termos do acordo. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, observou que a Rússia tem sérios questionamentos a fazer em relação à implementação do Tratado pelos próprios norte-americanos. Segundo ele, as acusações dos EUA são infundadas, uma vez que o míssil 9M729 foi testado no alcance permitido pelo acordo.