Segundo o analista, devido à atual situação interna do país latino-americano, se ambos os lados do conflito não mostrarem prudência, as chances de as tensões piorarem são grandes.
"A julgar pela situação atual, o exército apoia Maduro. No entanto, a forte pressão das forças externas e a difícil situação econômica no país podem levar a uma grave crise. Se os dois lados não mostrarem moderação, é muito provável que isso resulte em uma guerra civil. Isso será catastrófico para a Venezuela", disse o especialista.
Para Heshen, a intervenção ativa dos Estados Unidos, bem como a mudança gradual "para a direita" de alguns países do Grupo de Lima, está exercendo uma pressão considerável sobre a Venezuela, onde um confronto entre o parlamento e o governo vem ocorrendo já há cerca de dois anos.
"Se o partido da oposição não tivesse recebido apoio do exterior, não teria conseguido ir adiante, porque Guaidó não controla as Forças Armadas […] O fato de ele ter decidido agora se declarar presidente, é uma evidência de que ele certamente recebeu algum apoio", afirma o diretor.
O analista concluiu que essa intervenção externa causou uma "violação do equilíbrio temporário no país, e se tornou uma ameaça ainda maior para a situação política interna na Venezuela".
Na quarta-feira (23), o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, declarou-se chefe de Estado interino. Até o momento, Guaidó foi reconhecido como presidente interino por 13 países: Estados Unidos, Canadá, Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai e Peru e Geórgia.