O ex-chefe da Força Aérea de Israel (IAF), Amir Eshel, afirmou na segunda-feira (28) ao jornal Haaretz que "a Rússia é a única que pode tirar o Irã da Síria", e que "não há possibilidade militar de tirá-los [iranianos]" do país árabe.
Discursando no Instituto Nacional de Pesquisa em Segurança, Eshel, que comandou a Força Aérea israelense até 2017, observou que "há uma grande chance de os russos darem uma reviravolta em nós". Enquanto o ex-militar descartava que Israel esteja à beira da guerra, enfatizou que "não devemos nos iludir, pode-se desenvolver e vimos isso com o disparo do míssil no [monte] Hermon".
O míssil foi lançado após informações de que os sistemas de defesa antiaérea sírias haviam repelido um ataque aéreo israelense contra supostos alvos iranianos perto do Aeroporto Internacional de Damasco.
Segundo o ex-chefe da IAF, "a única alternativa para a situação atual é a opção virtualmente impossível que os americanos atuem de maneira global, mas não acho que isso vá acontecer. Acho que os sírios também não querem um barril de pólvora iraniano no seu quintal".
Mais posteriormente, o Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica do Irã (IRGC) considerou infundadas as alegações israelenses sobre ataques aéreos às bases iranianas na Síria. "Se o IRGC tivesse tido 12 casualidades fatais, deveria ter havido funerais no Irã nos últimos 20 dias", disse a agência de notícias Mehr citou as palavras do porta-voz do IRGC.
Israel acusa o Irã de estar militarmente presente na Síria. No entanto, Teerã nega fortemente as alegações e insiste que sua presença no país é limitada ao envio de assessores militares a pedido de Damasco para ajudar a combater o terrorismo.