"A decisão dos EUA de abandonar o Tratado INF é lamentável", disse a ministra, citada pela assessoria de imprensa do seu ministério.
Kneissl observou que "quando o documento foi assinado em 1987, foi o início de uma grande 'descongelar' nas relações entre os EUA e a Rússia."
"Foi um marco importante no caminho para o fim da Guerra Fria", acrescentou.
Na opinião dela, "as denúncias recíprocas sobre as violações do tratado são devidas à falta de confiança".
"Os EUA e a Rússia precisam fazer esforços e dialogar para preservar o Tratado INF", enfatizou.
As declarações dos EUA, afirmou ela, levantam preocupações sobre o início de uma nova corrida armamentista nuclear e sobre o desmantelamento de outros pactos fundamentais sobre redução de armas.
"Acordos existentes devem ser honrados, dá-nos segurança se mísseis de médio alcance na Europa reaparecer após mais de 30 anos, isso irá aumentar significativamente a ameaça nuclear no Velho Continente", advertiu a ministra.
O governo dos EUA do presidente Donald Trump anunciou que a partir deste sábado começará o processo de se retirar do Tratado INF, assinado em 1987 com a então União Soviética para proibir mísseis balísticos e de cruzeiro com um alcance de entre 500 e 5.500 quilômetros.
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que "se a Rússia não voltar ao cumprimento integral e verificável com o tratado nos últimos seis meses", forçando assim aos EUA a formalização de sua retirada do acordo.
Em outubro de 2018, Trump havia avisado que seu país abandonaria o pacto com o argumento de que Moscou estaria supostamente violando-o. Já a Rússia alega que cumpre com o tratado INF à risca e que será forçado a reagir se Washington o abandonar.
Em 23 de janeiro, os Ministérios de Relações Exteriores e da Defesa da Rússia apresentaram o míssil 9M729, cujo alcance violaria o Tratado INF. Os EUA acusam sem nenhuma evidência — para adidos militares de embaixadas estrangeiras e da imprensa indicaram que seu alcance máximo é de 480 quilómetros, menos do que o coberto pelo tratado.
No entanto, os EUA, que não enviaram seus representantes ao evento, insistem na destruição do dito míssil.