A Via Láctea é dona de 250 bilhões de estrelas, que, em sua maioria, estão localizadas nas entranhas da galáxia.
"Pensamos geralmente que galáxias espirais se parecem com uma folha plana, como a galáxia de Andrômeda, que pode ser vista facilmente por telescópio", contou Richard de Grijs, astrofísico da Universidade Macquarie, Austrália.
Estrelas jovens atraem atenção de astrofísicos porque a luminosidade cresce e diminui gradualmente em resultado de processos internos. A frequência e a força dessas pulsações dependem da luminosidade absoluta do astro, permitindo que astrônomos as usem para medir distâncias no espaço, inclusive para determinar distâncias de partes diferentes da Via Láctea.
Quatro anos atrás, Grijs e outros astrofísicos analisaram o Anel de Monóceros, que é um longo filamento de estrelas, que envolve a Via Láctea três vezes. A estrutura indicou a possibilidade de nossa galáxia não ser completamente plana, mas, ao invés disso, ser parecida com um "S".
Graças à descoberta das jovens estrelas no "lado escuro" e no centro da Via Láctea, os astrofísicos foram capazes de provar a teoria do formato "S". Usando imagens do telescópio WISE, foram calculadas a distância exata e a posição de cerca de 1.500 estrelas para criação de um mapeamento 3D da galáxia.
Astrofísicos supõem que o formato é resultado da interação gravitacional entre os arredores e a densa região central — que gira em um ângulo completamente diferente das outras partes — da galáxia.
A descoberta sem precedentes do disco da galáxia explica o comportamento das estrelas nos seus arredores e ajuda a determinar com precisão o posicionamento, idade e outras caraterísticas dos astros.