Como recém-descoberto exoplaneta de ferro poderia desvendar mistérios do Sistema Solar?

© Foto / Danielle Futselaar & Franck Marchis, SETI InstituteIlustração artística do exoplaneta 51 Eri b, parecido com Júpiter (imagem referencial)
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Os exoplanetas recentemente descobertos, Kepler-107b e Kepler-107c, poderiam oferecer uma visão única de como os mundos são formados.

Uma nova pesquisa científica analisa planetas extrassolares no sistema exoplanetário Kepler-107 para tentar compreender como astros no mesmo sistema e com tamanhos semelhantes podem ter uma gama tão ampla de densidades.

Astrofísicos têm estudado o sistema exoplanetário Kepler-107 através do Telescópio Nazionale Galileo (TNG), localizado em La Palma, na Espanha.

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O estudo sugere que as diferenças nos exoplanetas, em um mesmo sistema compacto, são por eles serem formados em condições muito diferentes, ou ainda poderia ser pelo motivo de algum evento pós-formação ter alterado suas densidades drasticamente.

Os exoplanetas Kepler-107b e 107c têm respectivamente raios de 1,53 e 1,59 (em relação ao raio da Terra), períodos orbitais de 3,18 e 4,9 dias, mas densidades de 5,3 e 12,65 gramas por centímetro cúbico.

Além disso, o que intriga ainda mais os cientistas é o fato de Kepler-107c ser uma planeta externo e possuir uma densidade tão alta, visto que planetas externos do Sistema Solar como Júpiter, Saturno, Urano e Netuno têm densidades muito mais baixas, pois são formados de gelo e gases frios, enquanto os planetas internos são feitos de materiais que sobreviveram à radiação solar, como silicato e ferro.

Pesquisadores também acreditam que Kepler-107c possa ter sofrido uma colisão catastrófica que arrancou seu manto de silicato, deixando apenas o núcleo de 70% de ferro.

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"Acredita-se que os impactos gigantes tiveram um papel fundamental na formação de nosso atual Sistema Solar […] A Lua é provavelmente o resultado de tal impacto, e a alta densidade de Mercúrio também seja, e o grande satélite Charon de Plutão foi provavelmente capturado após um impacto gigantesco, mas, até agora, não tínhamos encontrado nenhuma evidência de impactos gigantescos ocorrendo em sistemas planetários fora do nosso próprio", explicou a astrofísica computacional e coautora do estudo, Dra. Zoe Leinhardt, citada pela revista Popular Mechanics.

"Se a nossa hipótese estiver correta, ligaria o modelo geral que temos para a formação do nosso Sistema Solar com um sistema planetário muito diferente do nosso", acrescentou a pesquisadora.

Mistérios do nosso Sistema Solar, como as dúvidas em relação ao núcleo metálico de Mercúrio que cobre uns 85 % de seu corpo, poderiam ser desvendados com a descoberta da origem de Kepler-107c.

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