Com isso, o país eleva suas habilidades em obter o dinheiro necessário para manter as movimentações do país, já que o ouro é melhor do que o petróleo, podendo ser uma mercadoria de fundamental importância para o governo do presidente Nicolás Maduro, afirmou Diego Moya-Ocampos, analista político da IHS Markit, à CNBC.
"Isso é importante por três motivos. Primeiro, o ouro pode agir como dinheiro vivo para ajudar [a administração de Maduro] a sobreviver. Segundo, pode ajudar no fornecimento de proteção militar ou fornecimento de segurança. E terceiro, ele pode ajudá-los a viver, a se esconder e talvez preparar um retorno", explicou Moya-Ocampos.
Segundo Moya-Ocampos, aproximadamente dois terços das reservas venezuelanas no exterior, estimadas em US$ 8,8 bilhões (R$ 32,3 bilhões), correspondem a ouro.
Já Claude Barfield, ex-consultor da Representação Comercial dos EUA, ressaltou que Caracas impossibilitou a venda de 15 toneladas de ouro, uma quantia avaliada em US$ 850 milhões (R$ 3,1 bilhões) para uma empresa do Oriente Médio, que supostamente estava conectada aos EUA, objetivando a desestabilização econômica da Venezuela.
"Eu não sou um especialista no mercado de ouro, mas eu diria que isso é parte das ações dos EUA para tentar fechar qualquer meio de obtenção financeira adicional de assistência para o regime de Maduro", disse Barfield durante entrevista à Sputnik Internacional. Além disso, Barfield enfatizou que "[…] os EUA planejaram elevar as ações contra Maduro, passo a passo […]".
Contudo, a Venezuela possui também riquezas, que engloba ouro. Os venezuelanos possuem aproximadamente 10.000 toneladas de ouro.
A Venezuela vem enfrentando uma crise política há muito tempo, tendo ela sido agravada com a autoproclamação do líder da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, como presidente interino do país no dia 23 de janeiro, enquanto o presidente reeleito Maduro culpa Washington de estar arquitetando um golpe de Estado.