"Nós examinamos as estrelas vizinhas, tentando entender como surgiu o Sistema Solar. Anteriormente, não tínhamos observado explosões tão fortes nos astros jovens. A sua descoberta permitiu pela primeira vez investigar detalhadamente as caraterísticas físicas de tais objetos", declarou Steve Mairs do Observatório em Havaí, EUA.
No Sol acontecem periodicamente erupções solares, lançando energia em forma de luz, calor e radiação, bem como perturbando o funcionamento das telecomunicações, satélites e ameaçando a saúde de cosmonautas.
A tempestade solar de 1859, também conhecida como Evento Carrington, se considera a explosão mais poderosa. Ela produziu 20 vezes mais energia do que a queda do meteorito que destruiu os dinossauros e grandes répteis marinhos.
Mairs e seus colegas descobriram que explosões ainda mais fortes podem ocorrer em astros não muito grandes, examinando vários aglomerados estelares na nebulosa de Órion.
Em 2016, os cientistas detectaram uma explosão extremamente potente nos arredores da estrela recém-nascida JW 566, afastada da Terra a uns 1500 anos-luz. Os astrônomos examinaram-na com ajuda dos telescópios óticos do Observatório do Havaí, bem como dos observatórios de raios X e de radioastronomia, tendo conseguido calcular a potência desse acontecimento.
Essa explosão teria sido muito mais forte que as explosões mais brilhantes de outras estrelas recém-nascidas e 10 bilhões de vezes mais potente que o Evento Carrington.
Ainda não foi descoberta a frequência de tais cataclismos na JW 566 e outras estrelas recém-nascidas, não se conhecendo os processos magnéticos na sua atmosfera que levam a tais emissões de energia. A equipe de Mairs planeja encontrar respostas no ano que vem, quando recomeçarem observações da nebulosa de Órion.