"Essa descoberta nos ajudou a entender como era a fauna africana durante as primeiras épocas das 'grandes mudanças'. Além disso, agora compreendemos melhor que aparência tinha a geografia do continente no Cretáceo, mas a cauda extraordinária desse dinossauro se tornou uma espécie de presente para o público na semana do Dia de São Valentim", declarou Judi Skog, representante da Fundação Científica Nacional dos EUA.
O titanossauro é um dinossauro herbívoro e quadrúpede que se distinguia pela sua grande envergadura, grande quantidade de ovos e crescimento rápido das crias.
Os restos da maior parte dos titanossauros, inclusive argentinossauros de 35 metros de comprimento e até 90 toneladas de peso, foram encontrados na Patagônia, província argentina que no passado tinha as condições adequadas para o desenvolvimento destas criaturas enormes.
Eric Gorscak e Patrick O'Connor da Universidade de Ohio adicionaram agora a essa série um lagarto extraordinário do sul da África. Eles realizaram escavações na Tanzânia, onde existem rochas formadas há 120-100 milhões de anos, quando a flora e fauna estavam mudando significativamente depois da extinção de várias espécies de dinossauros, causada pela erupção de magma.
Cerca de 10 anos atrás, Gorscak e O'Connor encontraram um osso gigante de titanossauro na margem rochosa do rio Mtuka e, em seguida, passaram quanto anos buscando outros restos do dinossauro.
Inicialmente os paleontólogos consideraram ter encontrado as ossadas de um malawisauro, mas depois perceberam ter descoberto uma nova espécie de saurópodes (dinossauros de pescoço e cauda compridos).
Esse traço único ajudou os cientistas a determinar a idade dos sedimentos nos arredores do rio Mtuka e a compreender o esquema de evolução dos titanossauros africanos.
Segundo Gorscak e O'Connor, agora os investigadores têm fundamento para supor que a pátria destes gigantes foi a África, e não a América Latina, já que foi precisamente no continente africano que os restos do titanossauro mais antigo foram encontrados.