Segundo o jornal Daily Express, a operação foi planejada em outubro e executada em dezembro de 2018, sob o pretexto de temer pela segurança do cientista.
O cientista nuclear de 47 anos teria participado do assassinato de Mostafa Ahmadi Roshan, cientista e diretor das instalações nucleares de Natanz, no Irã. O cientista foi morto em uma explosão, causada por uma bomba aderente que estava em seu veículo, em 2012.
Os serviços secretos britânico, israelense e norte-americano teriam se encarregado da operação, que ocorreu do Irã à França, e então, Reino Unido.
A ação foi tomada, pois havia o temor de que as autoridades persas reconhecessem o cientista como autor do assassinato de 2012, segundo o jornal Daily Express.
O cientista iraniano era de fundamental importância para a inteligência britânica, pois tinha informações exclusivas sobre o programa nuclear de Teerã.
Para o comentarista político do canal de televisão Press TV, Hassan Behestipour, o cientista era um espião israelense e o escândalo sobre a extradição do iraniano do território persa "não passa de uma informação tóxica que recorda uma história de detetives".
"Publicam este tipo de notícias e depois dizem que, com base na informação dada por essa pessoa, é possível falar sobre a informação filtrada do Irã […]", afirma Behestipour, ressaltando que "antes havia casos semelhantes que receberam cobertura da imprensa ocidental, no entanto, isso é mais uma história de espiões que não tem nada a ver com a realidade".
Entretanto, essa não é a opinião de Simon Tsipis, especialista em relações internacionais e em segurança do Instituto de Estudos de Segurança Nacional de Israel, que cita que o "cientista iraniano não foi sequestrado, mas, sim, retirado [do Irã] a seu pedido, devido à suposta ameaça caso fosse revelado que havia cooperado durante anos com o serviço secreto israelense e ajudado a eliminar os físicos nucleares iranianos […]".
Além disso, o especialista israelense acredita que "exista uma cooperação estreita entre os serviços de inteligência israelense, britânico, norte-americano e francês, onde cada uma das unidades possui recursos exclusivos quando se trata do Irã".