O ministro das Relações Exteriores da Espanha, Josep Borrell, descartou, durante um briefing em Munique, o apelo dos EUA aos países-membros da OTAN para preencherem o vazio deixado pela sua saída iminente da Síria.
"Os pedidos entre países não são feitos em comunicados de imprensa ou comentários em conferências. A Espanha e a maioria dos países não estão dispostos a ocupar o lugar dos EUA após uma retirada que foi decidida de surpresa e de forma unilateral", declarou Borrell.
Falando na Conferência de Segurança de Munique, Mike Pence apelou aos países da OTAN e outros aliados para "fornecerem os recursos, apoio e pessoal" necessários de maneira a prevenir o ressurgimento do Daesh após a saída das tropas americanas da Síria, informou a agência Bloomberg.
"É uma mudança de tática, mas não é uma mudança de missão. Os Estados Unidos manterão uma forte presença na região. Nós reconhecemos que não será simples reivindicar o território do califado. Nesta nova fase, os EUA continuarão a trabalhar com todos nossos aliados para perseguir o que resta do Daesh", declarou Pence em seguida.
Em paralelo, o presidente dos EUA, Donald Trump, pediu aos países europeus, particularmente, ao Reino Unido, à França e Alemanha, para autorizarem o regresso de mais de 800 combatentes do Daesh, seus cidadãos, capturados pelos EUA na Síria, e levá-los a julgamento.
No final de 2018, Donald Trump anunciou a vitória sobre o Daesh na Síria e subsequente retirada das tropas americanas do país árabe. No entanto, a luta contra militantes em algumas partes da Síria ainda está em andamento. A coalizão internacional liderada pelos EUA atua desde 2014 no Iraque e na Síria com o alegado objetivo de derrotar o grupo terrorista Daesh.