Prevista para esta quinta-feira, a visita de Netanyahu a Moscou deveria se concentrar na Síria e em questões de segurança bilateral, mas o Kremlin teve que adiar a reunião devido aos "assuntos políticos domésticos" do premiê israelense, disse o Ministério de Relações Exteriores da Rússia.
Yair Lapid, líder do partido centrista Yesh Atid, declarou que Netanyahu adiou as negociações com a Rússia para manter conversas com grupos de extrema-direita, a fim de fortalecer sua coalizão antes das eleições de 9 de abril para o Knesset.
"O primeiro-ministro está trabalhando incansavelmente para garantir a participação de um grupo de racistas em sua coalizão", declarou o oposicionista.
As duras acusações se referem ao acordo fechado na quarta-feira entre Netanyahu e dois partidos religiosos-nacionalistas marginais. Um deles é o movimento Otzma Yehudit, liderado por ex-discípulos do infame rabino Meir Kahane, que foi proibido de participar da eleição de 1988 do Knesset após comentários racistas.
Quinta-feira é o prazo para a apresentação das listas dos partidos antes da eleição parlamentar. Com menos de dois meses antes da eleição, Netanyahu enfrenta crescente pressão de seus oponentes.
No início de fevereiro, ele teve que renunciar como ministro de Relações Exteriores depois que uma petição questionando sua capacidade de ocupar vários cargos ministeriais foi registrada na Suprema Corte. Netanyahu, no entanto, manteve seus cargos de ministro da Defesa e chefe de saúde.