Um relatório de um grupo produzido pelo banco central sul-coreano sugere que o Norte estaria considerando seriamente realizar reformas de mercado para revitalizar a economia. Analistas dizem que Pyongyang estaria preocupada com a queda do PIB e os baixos padrões de vida de muitos norte-coreanos.
As avaliações podem ser imprecisas devido à falta de dados, bem como pelas flutuações do won norte-coreano contra o dólar. (8.500 KPW por 1 dólar, segundo cálculos do Daily NK, embora outras estimativas da taxa de câmbio do won mostrem números distintos). Dados de mercado não estão disponíveis devido à falta de troca prática da moeda da Coreia do Norte por dólares ou outras divisas.
"A tarefa de estimar a economia norte-coreana tornou-se cada vez mais difícil", disse Cho Tae-Hyoung, chefe da equipe de pesquisa da Coreia do Norte.
Dados macroeconômicos sobre o Norte não estão amplamente disponíveis. Muitos especialistas admitem que precisam confiar em avaliações informais, imagens de satélite e dados alfandegários de países terceiros para avaliar o tamanho da economia do país, o comércio exterior e as tendências de ambos.
Efeito Trump
As discussões sobre a economia norte-coreana aumentaram depois que altas autoridades norte-americanas disseram que Pyongyang poderia se tornar um "milagre econômico" — apenas se concordassem com a total desnuclearização da Península Coreana.
Cho diz que os modelos macroeconômicos usados por sua equipe para avaliar o estado da economia da Coreia do Norte sugerem que o país está experimentando um crescimento maciço em seu setor de serviços, o que contribuiu para um aumento nas relações monetárias baseadas principalmente no mercado informal entre os cidadãos do país. Imagens de satélite mostram um número crescente de mercados aparecendo em todo o país a cada ano, embora ainda não esteja claro quais mercadorias estão sendo negociadas e a que preço.
O fenômeno, porém, exige maior abertura da economia nacional para o mercado internacional. Isso pode sugerir que as autoridades em Pyongyang poderiam estar abertas a aprofundar os laços diplomáticos com outras economias da região. Nesse contexto, discussões sobre a desnuclearização oferecem a oportunidade certa para isso.
Uma reportagem recente do Daily NK revelo que os preços dos alimentos da Coreia do Norte seguem estáveis, em cerca de 5.000 KPW por 1 quilo de arroz. Esta estabilidade foi mantida apesar das pesadas sanções internacionais impostas em 2017, restringindo as já limitadas relações comerciais do país com o mundo.
Fome ainda é risco no país
No entanto, analistas dizem que a segurança alimentar na Coreia do Norte ainda é um problema, apesar das crescentes colheitas de arroz nos últimos anos. A nação depende de sua produção doméstica de alimentos, bem como da ajuda humanitária internacional. Economistas acreditam que a falta de acesso da Coreia do Norte aos mercados internacionais contribui para a incerteza econômica no país.
"O governo da RPDC pede às organizações internacionais que respondam com urgência ao tratamento da situação alimentar", diz o recente memorando da Coreia do Norte ao Conselho de Segurança da ONU.