Anteriormente, o portal de monitoramento PlaneRadar publicou uma captura de tela de acordo com a qual o avião de reconhecimento americano Boeing OC-135B realizou um voo na região russa de Transbaikal, perto da cidade de Chita, com base no Tratado de Céus Abertos.
"Na região de Chita, está posicionada uma unidade do Exército. A brigada de mísseis está sendo rearmada com a mais nova modificação do complexo Iskander-M, com o míssil 9M729… Eu acho que pelo menos um dos pontos de interesse deles é precisamente esta brigada de mísseis "- disse Murakhovsky.
Murakhovsky lembrou que, anteriormente, de acordo com as disposições do Tratado, os Estados Unidos já haviam realizado vôos sobre a região de Kaliningrado, onde também se localizam unidades do sistema Iskander-M.
Este voo foi comentado pelo Ministério da Defesa russo, que indica em comunicado que "de 18 a 23 de fevereiro, como parte da implementação do Tratado de Céus Abertos, a missão dos EUA realizará um voo de observação sobre o território da Federação da Rússia a bordo de um avião de observação americano OS-135B, a partir do aeródromo de Khabarovsk".
O Tratado de Céus Abertos foi assinado em 1992 e entrou em vigor desde 2002. O tratado permite que os Estados-Membros coletem abertamente informações sobre as Forças Armadas e atividades dos outros participantes.
Este tratado integra a maioria dos países da OTAN, a Rússia, Bielorrússia, Ucrânia, Geórgia, Bósnia e Herzegovina, bem como a Suécia e a Finlândia (países neutros). Habitualmente, a Rússia realiza voos em países da OTAN e vice-versa.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, observou que a Rússia tem ela própria sérios questionamentos em relação à implementação do INF pelos norte-americanos. Segundo ele, as acusações dos EUA são infundadas, uma vez que o míssil 9M729 foi testado no alcance permitido pelo acordo.
Em 23 de janeiro, o Ministério da Defesa russo mostrou a adidos militares estrangeiros o míssil 9M729, usado como pretexto para culpar a Rússia de violar o Tratado INF. Diplomatas dos EUA, Reino Unido, França e Alemanha, bem como representantes da UE e da OTAN na Rússia, não compareceram ao briefing.